Folha de S. Paulo


Dilema sobre ataque contra regime sírio vira tema de cartunistas pelo mundo

Uma linha vermelha passa por cima de túmulos islâmicos. O artista canadense Bado registra, nessa imagem, sua opinião a respeito do conflito sírio e da inação da comunidade internacional.

A referência é à linha vermelha citada por Barack Obama, presidente dos EUA, como limite às ações do ditador sírio Bashar al-Assad.

Apesar da evidência de que houve tal transgressão em ataque na periferia de Damasco no mês passado, as potências globais ainda discutem a possível intervenção.

O dilema americano, diante de diversas outras variáveis, como o apoio russo à Síria, tornou-se tema cativo de cartunistas ao redor do mundo. A organização Cartooning for Peace reúne exemplos publicados na internet (bit.ly/cartumsiria).

Em um deles, assinado pelo palestino Khalil, inspetores internacionais determinam, pisando em uma pilha de cadáveres, que "não há evidência do uso de armas químicas". Em outra ilustração, líderes internacionais discutem, entediados, diante de corpos de crianças sírias (veja acima).

A galeria publicada pelo Cartooning for Peace tem como título a "paralisia da comunidade internacional". Para a secretária-geral Laurence le Petit, ouvida pela Folha, "o interesse pelo assunto está crescendo principalmente diante da dificuldade de se tomar decisões".

Para além dos desenhos publicados por essa organização, artistas ao redor do mundo têm retratado o regime de Assad e o dilema americano em sua produção.
Com poucas exceções, todas as charges publicadas neste mês pelo jornal israelense "Haaretz" tratam desse tema.

Em uma delas, assinada por Amos Biderman, Obama e Assad aparecem presos em um mesmo bloco de gelo.

MARGARIDA

Na internet, circula também uma imagem de Obama despetalando uma flor enquanto pensa em "bombardear ou não bombardear".

De acordo com agências de notícias, um usuário da internet na Síria publicou no Facebook uma imagem de Obama afirmando que "quando o Congresso me der a autorização para atacar, vou perguntar à minha mulher Michelle". A ironia é sobre a proposta do presidente de submeter sua decisão a voto.


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