De passagem pelo Brasil, o ministro das Relações Exteriores do Japão, Fumio Kishida, afirmou que os altos níveis de radiação na usina nuclear de Fukushima "tem sido um desafio bastante sério" para o país.
A Tepco (Companhia Elétrica de Tóquio), que opera a usina, anunciou ontem altos níveis de radiação em três tanques de armazenamento de água e em uma tubulação. A usina, ao norte de Tóquio, foi atingida por um terremoto seguido de tsunami em 11 de março de 2011.
"De fato, a contaminação de águas nas proximidades da usina tem sido um desafio bastante sério. O Japão, em primeiro lugar, deve fazer um esforço para que haja total transparência (...) da situação para a população internacional e estamos trabalhando nesse sentido", disse o ministro japonês nesta segunda-feira (2) após encontro com o chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo.
Ele agradeceu o apoio do governo brasileiro na ocasião do tsunami e disse ainda que seu país irá "fazer todo o atendimento ciente da responsabilidade que o Japão tem".
A radiação detectada nesses locais chega a 1,8 mil milisieverts por hora, um nível de radioatividade 18 vezes maior que o registrado no mesmo lugar na semana passada. A lei japonesa estabelece que o nível seguro de exposição anual é de 50 milisieverts.
Segundo a rede BBC, as medições mostram que a radiação era suficiente para tornar-se letal com uma exposição de quatro horas.
Isso danificou três reatores nucleares e lançou contaminação radioativa no ar, no mar e em alimentos. Os altos níveis de radiação anunciados ontem podem só ter sido percebidos por causa de uma troca de equipamentos. Os novos instrumentos são capazes de detectar maiores quantidades de radiação.