Folha de S. Paulo


Conflito em penitenciária na Bolívia deixa ao menos 30 mortos

Um conflito ocorrido na penitenciária de Palmasola, no leste da Bolívia, deixou ao menos 30 mortos, entre eles uma criança de um ano e meio, informou nesta sexta-feira o ministro de governo (23), Carlos Romero.

Em entrevista coletiva realizada no próprio centro penal, o ministro afirmou que as mortes se devem a um ataque feito por um grupo de detentos a outro com facões, pedaços de madeira e bujões de gás que foram usados como lança-chamas e para provocar intoxicações.

O enfrentamento, aparentemente por disputa de poder, aconteceu de madrugada em Chonchocorito, o setor de segurança máxima da penitenciária da cidade de Santa Cruz.

Romero disse que na investigação também foram encontradas cápsulas de projéteis, por isso se especula a hipótese de que tenham sido usadas armas de fogo nos confrontos.

Muitas pessoas morreram queimadas no segundo andar de uma seção onde aconteceu um incêndio provocado pela explosão de bujões.

A criança morta seria um das dezenas que vivem na penitenciária de Palmasola com seus pais, uma prática aceita nas prisões da Bolívia quando os menores não têm outros familiares que os acolham.

Na mesma entrevista coletiva, o ministro da Saúde, Juan Carlos Calvimontes, declarou que há 38 reclusos feridos com gravidade e internados em hospitais.

O presidente do país, Evo Morales, declarou à agência estatal ABI que está "muito consternado" pelo ocorrido e que "o país está de luto por tamanha tragédia".

O governador do departamento de Santa Cruz, Ruben Costas, declarou luto regional de dois dias, e a prefeitura anunciou que todos os serviços funerários para as vítimas serão gratuitos.


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