As Coreias do Sul e do Norte fecharam um acordo nesta sexta-feira para retomar os reencontros entre as famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-1953), que haviam sido suspensos há três anos. A retomada das visitas acontece em meio às negociações entre os dois países.
Há duas semanas, Seul e Pyongyang concordaram com a reabertura do complexo industrial de Kaesong, que ficou fechado por quatro meses. As fábricas, única iniciativa de unificação ativa, foram fechadas após o regime de Kim Jong-un ser sancionado pela ONU por um teste nuclear em fevereiro e o lançamento de um foguete.
Após as restrições, o país comunista apontou os vizinhos e os Estados Unidos como os principais responsáveis pelas sanções e fez uma série de ameaças, incluindo as de ataque nuclear. O tom só diminuiu em maio, após intervenção da China, e dois meses depois foram retomadas as negociações.
Segundo o Ministério de Unificação sul-coreano, os reencontros acontecerão entre 25 e 30 de setembro no complexo turístico do Monte Kumgang. A área também é um dos projetos de unificação que foram aprovados em 2000 e está paralisada há cinco anos, após um soldado norte-coreano atacar uma turista sul-coreana.
O governo sul-coreano informou que serão selecionadas cem famílias para participar dos encontros. Para as pessoas que estiverem doentes e não puderem viajar, serão organizadas reuniões por videoconferência para 40 famílias de cada lado.
Os dois governos planejam uma nova rodada de reencontros familiares para novembro. Na semana passada, a presidente sul-coreana, Park Geun-hye, pediu que o regime de Kim Jong-un "abrisse seu coração" e aceitou a reativação em conjunto com as férias de setembro, durante o Chuseok (feriado de celebração da colheita).
O programa de reuniões foi suspenso em novembro de 2010 depois que a Coreia do Norte bombardeou uma ilha fronteiriça com a Coreia do Sul e sua retomada depois de três anos supõe um simples gesto simbólico, mas também um passo importante.