Folha de S. Paulo


Obama anuncia plano para reduzir endividamento de universitários

O governo americano quer reagir à disparada do envididamento dos universitários no país, de US$ 1,2 trilhão (R$ 2,94 trilhões) e à inflação no preço das anuidades das faculdades.

O presidente americano Barack Obama anunciou esta manhã uma proposta de avaliar as universidades americanas pelo valor da anuidade, quantidade de alunos de baixa renda matriculados, porcentagem de abandono de curso e grau de endividamento dos estudantes.

Jewel Samad/AFP
Em pronunciamento em universidade de Buffalo, Obama anuncia plano de redução da dívida de estudantes universitários
Em pronunciamento em universidade de Buffalo, Obama anuncia plano de redução da dívida de estudantes universitários

Se aprovado pelo Congresso, o projeto vai condicionar maior ajuda federal e subsídios às universidades com melhor avaliação. A medida pretende punir universidades que aumentaram demais o preço das anuidades.

O endividamento dos universitários no país já chegou a US$ 1,2 trilhão. Desse total, US$ 1 trilhão é de dívida com o governo federal, US$ 200 bilhões com bancos privados.

"Nos últimos trinta anos, a anuidade nas universidades públicas aumentou 250%, enquanto a renda média das famílias cresceu 16%", discursou Obama, na Universidade de Buffalo, no Estado de Nova York.

"Governos estaduais têm cortado muito no orçamento das universidades públicas, o que aumenta o peso na conta dos estudantes. Estamos gastando mais dinheiros em prisões", discursou. Hoje, metade do orçamento das universidades públicas vem das anuidades; há 25 anos, representavam apenas 25%.

Atualmente o governo americano gasta US$ 150 bilhões por ano em financiamento universitário, que é distribuído pelo tamanho das universidades (número de alunos inscritos), sem levar em conta valor da anuidade ou o grau de endividamento.

Há 37 milhões de americanos com dívidas de crédito universitário. "Nunca o ensino superior foi tão importante e tão caro", disse o presidente.

Em média, um recém-formado sai da universidade com uma dívida de US$ 26 mil. Com uma taxa de desemprego acima de 7% desde 2008, o mercado de trabalho não tem sido fácil para os que precisam começar a pagar essa dívida.

Desse US$ 1 trilhão, US$ 315 bi não estão sendo pagos --os devedores ainda não se formaram ou abandonaram os estudos. Outros recém-formados já declararam calote por US$ 180 bilhões --apenas metade do crédito está sendo pago.

O ranking proposto seria estabelecido até 2015 --a mudança no financiamento federal, se aprovada pelo Congresso, só a partir de 2018.

"Michelle e eu só chegamos aonde chegamos graças ao crédito universitário. Não somos de famílias ricas, precisamos de empréstimos. Eu já estava por volta dos 40 anos quando consegui terminar de pagar minhas dívidas", disse Obama, referindo-se a ele e à primeira-dama, que estudaram Direito. "Tivemos bons empregos, por isso conseguimos pagar".


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