Folha de S. Paulo


Conselho de Segurança da ONU faz apelo para fim da violência no Egito

Após uma reunião de emergência realizada na tarde desta quinta-feira (15), o Conselho de Segurança da ONU apelou a todas as partes no Egito para que acabem com a violência e exerçam o máximo controle, depois da morte de centenas de pessoas durante ofensiva policial contra apoiadores do presidente deposto Mohammed Mursi.

Na quarta, houve confrontos violentos em diversas partes do Egito, em especial no Cairo, onde foram desalojadas as duas ocupações feitas pelos islamitas desde 3 de julho, quando o presidente Mursi foi deposto após uma ação militar. O Ministério da Saúde egípcio elevou para 638 o número de mortos e para mais de 4.000 o número de feridos.

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"A visão dos membros do conselho é de que é importante acabar com a violência no Egito e que as partes exerçam a máxima contenção", disse a embaixadora argentina na Organização das Nações Unidas, Maria Cristina Perceval, após o encontro do conselho, formado por 15 membros.

O conselho foi informado sobre os acontecimentos em reunião a portas fechadas pelo vice-secretário-geral da ONU, Jan Eliasson. A sessão foi solicitada conjuntamente por França, Reino Unido e Austrália, membros do conselho.

"Os membros, em primeiro lugar, expressaram sua solidariedade às vítimas e lamentaram a perda de vidas", disse Maria Cristina, que preside o conselho neste mês. "Havia um desejo comum sobre a necessidade de acabar com a violência e promover a reconciliação nacional".

O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, também já havia pedido ao Conselho de Segurança da ONU que se reunisse rapidamente depois do que descreveu como um massacre no Egito e de ter criticado as nações ocidentais por não impedirem o derramamento de sangue.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou hoje que os Estados Unidos estavam cancelando exercícios militares conjuntos com o Egito no próximo mês, dizendo que a cooperação normal dos EUA não pode continuar à luz da sangrenta repressão das Forças Armadas.

Editoria de Arte/Folhapress

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