O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, representará o país na posse do novo presidente do Irã, Hasan Rowhani.
A cerimônia acontecerá no domingo (4) na sede do Parlamento iraniano, em Teerã, marcando o fim dos oito anos de governo de Mahmoud Ahmadinejad.
O Irã chamou todos os chefes de Estado e de governo do mundo, exceto Israel e EUA. Mas só países vizinhos e aliados próximos, como Afeganistão e Síria, serão representados por altos dirigentes.
O Brasil é um dos poucos países ocidentais a enviar seu chanceler, num claro sinal de apoio a Rowhani, eleito em junho após campanha prometendo buscar melhor relação com o Ocidente e mais liberdades para os iranianos.
As relações esfriaram após o fim do governo Lula, mas o comércio bilateral, amplamente favorável ao Brasil, contribuiu para sustentar o interesse mútuo.
A corrente, que saltara de US$ 1,1 bilhão em 2008 para US$ 2,3 bilhões em 2011, está novamente em alta, após retração em 2012.
O incentivo do Brasil a Rowhani ecoa acenos de outros países ocidentais, nos quais o ambiente é de otimismo cauteloso em relação à negociação nuclear com Teerã.
Rowhani descarta pôr fim ao enriquecimento de urânio, mas se diz disposto a tomar medidas exigidas pelo Ocidente, desde que sejam amenizadas sanções ao Irã.
Novas sanções ao petróleo iraniano aprovadas anteontem pelo Congresso americano reforçaram a impressão de setores do regime iraniano de que os EUA agem de má-fé e tentam minar o clima apaziguador gerado por Rowhani.
Como sinal de boa vontade, Rowhani escolheu para o cargo de chanceler um dos altos diplomatas mais familiarizados com o Ocidente. O nome de Mohamad Javad Zarif foi confirmado à Folha por fontes ligadas a Rowhani.
Especialista em direito internacional e formado nos EUA, Zarif foi embaixador na ONU antes de deixar o governo com a chegada ao poder de Ahmadinejad.