Folha de S. Paulo


Após massacre, governo do Egito diz estar 'entristecido'

O governo interino do Egito afirmou ontem estar "entristecido" pela morte de ao menos 72 pessoas durante uma manifestação islamita.

O massacre ocorreu na madrugada de anteontem, quando as forças de segurança dispararam em um protesto pacífico pela restituição de Mohammed Mursi à Presidência. Ontem, duas pessoas morreram durante manifestações nos funerais.

Mursi foi deposto em 3 de julho, em um golpe de Estado. Ele está detido desde então e, na semana passada, foi acusado de aliar-se à facção palestina Hamas para escapar de uma prisão, durante a insurgência de 2011.

Para o governo do presidente interino Adly Mansur, os eventos de sábado foram causados pela necessidade de combater o terrorismo.

A estimativa de 72 mortos, porém, é contestada pela Irmandade Muçulmana, organização de Mursi. Os islamitas afirmam que ao menos 200 pessoas foram vítimas.

É controverso também o contexto das mortes, já que testemunhas narram o uso de disparos letais pela polícia, enquanto o Ministério do Interior diz que foi empregado apenas gás lacrimogêneo.

Há tensão no Egito com a expectativa de que, nos próximos dias, o governo tome medida para dispersar as manifestações de islamitas. Por enquanto, os partidários do presidente deposto se reúnem na mesquita Rabia al-Adawiya, em Nasr City.

De acordo com o Ministério do Interior do Egito, o governo busca uma maneira de interromper os protestos sem novos episódios de derramamento de sangue. (DB)


Endereço da página: