Folha de S. Paulo


Venezuela oferece "asilo humanitário" a Edward Snowden

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse nesta sexta-feira que decidiu oferecer asilo humanitário ao ex-contratado da NSA (Agência Nacional de Segurança) dos Estados Unidos Edward Snowden.

"Como chefe de Estado e de governo da República Bolivariana da Venezuela, decidi oferecer asilo humanitário ao jovem norte-americano Edward Snowden para que, na pátria de Bolívar e de Chávez, possa vir a viver livre da perseguição imperial norte-americana", afirmou Maduro em um ato militar.

Mais cedo, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, havia dito também que seu país recebeu um pedido de asilo do ex-contratado de segurança dos Estados Unidos Edward Snowden e destacou que poderia aceitar a solicitação, "se as circunstâncias permitirem", segundo o mandatário.

A Casa Branca não quis comentar a oferta de asilo da Venezuela para Snowden.

Maduro oferece asilo

O presidente venezuelano acrescentou que vários governos latino-americanos têm manifestado desejo de assumir uma posição semelhante à de seu país, mas não deu detalhes.

Maduro não disse se o governo venezuelano recebeu um pedido de asilo do norte-americano de 30 anos.

Mas ele afirmou que a Venezuela estava pronta para lhe oferecer um lugar, e que os detalhes que Snowden revelou de um programa de espionagem dos EUA expuseram os esquemas nefastos do "império".

"Ele disse a verdade, no espírito de rebelião, sobre os EUA espionando o mundo inteiro", disse Maduro.

"Quem é o culpado? Um jovem ... que denuncia os planos de guerra, ou o governo dos EUA, que lança bombas e armas para a oposição síria terrorista contra o povo e o legítimo presidente Bashar al-Assad?"

"Quem é o terrorista? Quem é o delinquente global?"

Tobias Schwarz/Reuters
Ativista em Berlim pedem asilo a Edward Snowden
Ativista em Berlim pedem asilo a Edward Snowden

Snowden, um ex-funcionário da NSA procurado pelos EUA sob a acusação de espionagem, estaria vivendo em uma área de trânsito no aeroporto de Moscou desde a sua chegada na capital russa, em 23 de junho, vindo de Hong Kong.

O presidente russo, Vladimir Putin, se recusou a extraditar o ex-agente dos EUA, e autoridades no país estão satisfeitas por ter conseguido ficar de fora da influência de Washington desde Snowden revelou detalhes de programas secretos de vigilância do governo dos EUA.

Mas Moscou também deixou claro que Snowden é um convidado cada vez mais desagradável, porque quanto mais ele ficar, maior será o risco de causar danos às relações com os Estados Unidos.

Snowden pediu asilo em diversos países, incluindo Equador, mas a maioria diz que ele deveria estar no seu território para que o pedido fosse aceito.

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, disse nesta sexta-feira que seu país recebeu um pedido de asilo de Edward Snowden e destacou que pode aceitar a solicitação se as circunstâncias permitirem.


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