Folha de S. Paulo


Bombardeio de drone americano mata 17 pessoas no Paquistão

Ao menos 17 pessoas morreram e duas ficaram feridas nesta quarta-feira em um bombardeio de um avião não-tripulado dos Estados Unidos na região tribal do Waziristão do Norte, no noroeste do Paquistão, informaram fontes oficiais.

O ataque do drone tinha como alvo um imóvel na região de Darpakhel que era um "centro taleban", segundo um membro do organismo de coordenação das regiões tribais.

Alguns veículos da imprensa elevaram para 18 o número de mortes no bombardeio.

Entre os mortos está um líder da facção insurgente afegã Haqqani, identificado como Sher Khan, disse um funcionário da administração local.

O grupo Haqqani, com milhares de combatentes, tem o Waziristão do Norte como um de seus principais santuários, de onde lança ataques contra as forças da Otan e as tropas afegãs no país vizinho.

Os EUA incluíram a rede em sua lista negra de organizações terroristas no ano passado, e sua atividade se transformou em um importante ponto de atrito entre Washington e Islamabad, pois o grupo afegão se refugia em solo paquistanês.

O governo do Paquistão condenou "energicamente" o bombardeio de hoje e reiterou em comunicado do Ministério das Relações Exteriores que os EUA devem acabar com esses ataques, já que são "contraproducentes e causam a morte de civis inocentes".

O governo liderado pelo conservador Nawaz Sharif elevou o tom das críticas contra os drones e já expressou oficialmente suas queixas em várias ocasiões.

O assessor especial de Assuntos Exteriores paquistanês, Sartaj Aziz, afirmou há duas semanas na Assembleia Nacional que seu Executivo acabará com a ação dos aviões espiões dos EUA.

Aziz anunciou inclusive que esse seria um dos temas principais na agenda da visita a Islamabad do secretário de Estado da Casa Branca, John Kerry, que estava prevista para o final de junho, mas que não aconteceu.

Neste ano ocorreram 14 ataques com drones no Paquistão, no ao ano passado foram 55 e no anterior, 63, de acordo com dados divulgados recentemente pelo Executivo paquistanês.


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