A eleição do ex-ministro Paulo Vannuchi para a mesa diretora da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) da OEA (Organização dos Estados Americanos) foi recebida pelo Palácio do Planalto como uma "afirmação da importância do Brasil no contexto internacional", segundo o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência). Para ele, é necessário "celebrar essa vitória".
Anunciada ontem à noite na Assembleia-Geral da OEA, na Guatemala, a vitória consolida o maior passo de reaproximação, até agora, do governo brasileiro em relação à comissão e à organização.
Brasileiro é eleito para comissão da OEA
Para o Planalto, a vitória de Vannuchi, antecedida pela eleição de Roberto Azevêdo para a cúpula da OMC (Organização Mundial do Comércio) é uma consagração particular dos governos Lula e Dilma Rousseff.
Antonio Lacerda/Efe | ||
Ex-ministro Paulo Vannuchi, em entrevista no Rio em maio; ele foi eleito membro da Comissão de Direitos Humanos da OEA |
As relações entre o país e os organismos estavam estremecidas desde 2011, quando a CIDH emitiu medida cautelar para forçar a suspensão das obras da usina de Belo Monte (PA) por possíveis impactos na comunidade indígena.
"Aquele problema naquele momento, aquela tensão foi superada pelo próprio diálogo. Naquele momento, nós nos empenhamos em demonstrar que de fato a construção de Belo Monte, ainda que houvesse problemas, todo o processo de consulta, todo o processo de audiências publicas foi feito dentro daquilo que a lei determinava", disse Carvalho.
Com a eleição do brasileiro, o retorno de um embaixador do país à OEA se torna mais próxima. Segundo fontes do Itamaraty, a indicação do novo nome deve começar a ser tratada por Patriota e por Dilma durante viagem a Portugal, na próxima semana.
A escolha do brasileiro e as recentes reformas na CIDH teriam já garantido as "condições" para que a representação tenha de novo um embaixador, considera o Planalto. O novo nome deverá ser enviado no próximo semestre.
"Agora, com o Paulo Vanucchi, nós vamos ocupando postos muito importantes no cenário internacional e isso aumenta nossa responsabilidade. Aumenta inclusive o desafio para que a gente seja internamente de fato também um campeão de direitos humanos", completou o ministro.