Folha de S. Paulo


BCE reduz taxa de juros na zona do euro para 0,5%, em novo recorde

O BCE (Banco Central Europeu) reduziu nesta quinta-feira a taxa básica de juros na zona do euro para 0,5%, uma queda de 0,25 ponto percentual. O índice, que não era revisado desde julho do ano passado, chegou a um novo recorde histórico.

A redução da taxa é encarada como uma resposta ao aprofundamento da crise econômica, devido à alta dívida pública e deficit nas contas estatais dos países-membros da União Europeia. O ajuste fiscal dos governos, que é aplicado desde 2010, ainda dificulta o crescimento econômico na maioria dos países.

A mudança também pode ser atribuída a dados divulgados pelo Escritório Europeu de Estatísticas na terça (30). A média da taxa de desemprego nos 17 países da moeda única atingiu 12,2% em março, em novo recorde histórico, enquanto a inflação atingiu 1,2%, menor nível em mais de três anos.

Ambos os resultados ampliaram a pressão do mercado sobre o BCE para um corte na taxa. Outros fatores que também contribuíram para o índice foi o fim do impasse político na Itália e a diminuição da pressão dos mercados causada pelo resgate a Chipre, em março.

DRAGHI

Em entrevista coletiva após reunião da instituição em Bratislava, na Eslováquia, o presidente do BCE, Mario Draghi, disse que o corte foi decidido por consenso predominante. Para ele, a redução da taxa de juros impulsionará o crescimento e será mais efetiva do que se tivesse sido aplicada meses atrás.

Ele também voltou a dizer que a economia da zona do euro voltará a se recuperar a partir do segundo semestre deste ano, conforme afirma desde o ano passado, e considerou que estão caindo os riscos que impedem a recuperação da economia europeia.

O chefe do BCE ainda manteve a garantia de compra de títulos bancários pela instituição e que, por isso, os bancos não devem usar a falta de liquidez como desculpa para não emprestar recursos a pessoas físicas e jurídicas.

Os altos juros dos bancos também são apontados como um dos motivos para a diminuição da atividade comercial na zona do euro nos últimos anos.

Com agências de notícias.


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