Folha de S. Paulo


Desemprego no euro sobe para 12,1% em março, em novo recorde

A taxa de desemprego na zona do euro chegou a 12,1% da população economicamente ativa em março, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira pelo Escritório Europeu de Estatísticas (Eurostat). A taxa é um novo recorde histórico nos 17 países da moeda única.

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O alto índice de europeus sem trabalho, aliado à baixa da inflação, pode influenciar a decisão do BCE (Banco Central Europeu) sobre a política monetária na moeda única. A expectativa é que as autoridades bancárias decidam por uma redução na taxa de juros para incentivar o crescimento.

Outro aspecto que pode contribuir para a decisão é a melhora da estabilidade política no bloco, com o fim do impasse no Parlamento da Itália e a diminuição dos efeitos do resgate financeiro a Chipre, concedido em março.

Segundo a Eurostat, o índice foi influenciado principalmente por Espanha e Grécia, que registraram 26,7% no mês e 27,2% em janeiro, respectivamente. Os dados espanhóis são menores que o desempenho do primeiro trimestre, em que a queda no acumulado dos três meses foi de 27,15%.

Na média dos 27 países da União Europeia, a média foi de 10,9%. Em ambos os casos, houve alta significativa em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado 11% na zona do euro e 10,3% em todo o bloco europeu.

No relatório, o comissário europeu para o emprego, Laszlo Andor, disse que as cifras são "sem precedentes e inaceitáveis", assim como toda a crise social criada pela número de desempregados, prejudicaram a confiança nos sistemas políticos e econômicos de toda a Europa.

Ele pediu intervenção governamental para diminuir a carga tributária das empresas e investimento em cursos de capacitação profissional, embora também tenha defendido as reformas estruturais nos Estados. A maioria dos países adotou altas taxas no setor produtivo a pedido da União Europeia para reduzir a dívida pública.

DADOS

Em números absolutos, havia na União Europeia um total de 26,52 milhões de desempregados, sendo 19,21 milhões na zona do euro, representando um aumento de cerca de 65 mil pessoas em relação a fevereiro.

Além de Espanha e Grécia, foram registrados índices acima da média em Portugal (17,5%), Chipre (14,2%) E Irlanda (14,1%). Os cinco países receberam resgate financeiro do BCE e da União Europeia e são os que estão mais submetidos à imposição das medidas de austeridade. Na Espanha, a ajuda se restringiu aos bancos.

Dentre os países abaixo da média, estão Áustria (4,7%), Luxemburgo (5,7%) e Alemanha (5,4%). Os índices na maior economia da zona do euro ficaram estáveis no período, o que pode ser um sinal de recuperação da economia local.

Nas faixas etárias, os jovens menores de 25 anos continuam sendo os mais prejudicados pela falta de postos de trabalho na zona do euro, com 23,5%, e na União Europeia, com 24%. Mais da metade dos jovens estão desempregados na Espanha (55,9%) e na Grécia (55,9%).

Para efeito de comparação, os Estados Unidos tiveram um percentual de 7,6% de desempregados no mesmo período, enquanto a taxa no Japão foi de 4,3%. No Brasil, a taxa ficou em 5,7%.


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