Folha de S. Paulo


Rede diz que vai indenizar vítimas de desabamento em Bangladesh

Em um comunicado, a rede irlandesa de roupas Primark anunciou nesta segunda-feira que pagará indenização e prestará ajuda alimentar de emergência às vítimas do desabamento de um edifício em Bangladesh que abrigava um de seus fornecedores. Mais de 380 pessoas, na maioria empregados da grande indústria têxtil de Bangladesh, morreram no desabamento.

Cerca de 2.500 pessoas foram retiradas com vida dos escombros desde o acidente quarta-feira de manhã. De acordo com a federação de trabalhadores da indústria têxtil, aproximadamente 3.000 pessoas trabalhavam em cinco confecções instaladas no prédio.

Conforme o texto, a rede também promete ajudar aos filhos de pessoas mortas no acidente. Essa ajuda deverá ser entregue por meio de uma ONG local, com a qual a rede de lojas fechou uma parceria.

"A Primark vai pagar indenização às vítimas que trabalhavam para seu fornecedor", anunciou a marca, sem falar em valores. "Isso incluirá a concessão de assistência a longo prazo às crianças que perderam os seus pais, apoio financeiro aos feridos e pagamentos às famílias dos mortos."

"A Primark reconhece que seu fornecedor compartilhava o prédio com outros varejistas" e "incita outras marcas a se apresentarem e a oferecer assistência", conclui a marca.

A Primark e a marca espanhola Mango foram as únicas a reconhecer publicamente seus vínculos com confecções no edifício de Rana Plaza. No edifício funcionavam cinco tecelagens.

De acordo com o grupo de defesa dos trabalhadores têxteis, Clin Clothes Campaign, com sede em Amsterdã, a britânica Bonmarché, a espanhola Corte Ingles e a canadense Joe Fresh, marca de roupas vendidas na rede de supermercados Loblaw, também tinham ligações com confecções do edifício.

Foi o pior acidente industrial da história de Bangladesh, país pobre do sudeste asiático que fez do setor têxtil a espinha dorsal de sua economia.

JULGAMENTO

Também nesta segunda, o dono do edifício, Mohammed Sohel Rana, compareceu a uma audiência judicial usando um capacete e um colete à prova de balas. Mais sete pessoas, além dele, estão presas, acusadas de envolvimento no caso. Tratam-se de quatro donos de confecções, dois engenheiros e o pai de Rana. Um quinto proprietário de confecção, que seria cidadão espanhol, está foragido.

Rana foi preso no domingo (28), perto da fronteira de Bangladesh, quando, aparentemente, tentava fugir para a Índia.


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