Funcionários da embaixada dos Estados Unidos em Moscou disseram nesta quarta-feira às agências Associated Press e France Presse que agentes americanos foram ao Daguestão ouvir os pais dos irmãos Tamerlan e Dzhokhar Tsarnaev, suspeitos de organizar o atentado na maratona de Boston.
Segundo os agentes, os americanos viajaram na terça a Makhachkala para ouvir o depoimento de Anzor Tsarnaev e Zubeidat Tsarnaeva sobre o caso. Eles também disseram que receberam a colaboração do Serviço Federal de Segurança russo (FSB), o substituto da soviética KGB, de quem afirmam ter grande colaboração.
Questionando outro integrante da diplomacia, a agência de notícias France Presse disse que ambos foram ouvidos por dois agentes do FBI (Birô Federal de Investigações, em inglês) na agência do FSB na capital do Daguestão.
Nenhuma das informações foi confirmada de forma oficial por Washington ou Moscou. A imprensa americana ainda não deu nenhuma informação sobre a visita aos pais dos suspeitos.
A ativista de direitos humanos dos tchetchenos, Heda Saratova, que dá apoio a Zubeidat Tsarnaeva, disse que a mãe dos suspeitos prestou depoimento aos agentes russos na terça (23).
De acordo com Saratova, Tsarnaeva lhe disse que os funcionários foram cordiais, embora não tenha dado detalhes sobre o depoimento.
Ela também informou que a mãe dos suspeitos voltou ao prédio nesta quarta. O pai dos acusados também foi chamado ao local, mas não prestou depoimento por ter sentido um mal estar. A France Presse informa que os pais negaram que Tamerlan tenha tido contato com radicais islâmicos em uma viagem à região em 2012.
Zubeidat também descartou qualquer encontro de seu filho mais velho com integrantes de grupos separatistas da região do Cáucaso.
Segundo a porta-voz dos agentes de segurança russos, Satina Oubidaitova, a mãe dos irmãos Tsarnaev disse que estão tentando fazer uma manobra para atribuir o extremismo islâmico de Tamerlan a grupos terroristas.
RADICAIS
Caso confirmado, o depoimento dos pais coincide com partes da investigação reveladas nesta quarta pela imprensa americana. Segundo a emissora de televisão CNN e o jornal "Washington Post", os irmãos atuaram de forma independente, embora com conhecimentos buscados na internet de grupos radicais islâmicos.
Segundo os agentes, Dzhokhar Tsarnaev disse que ele e seu irmão atuaram seguindo a linha de extremistas do Oriente Médio e em repúdio às guerras do Afeganistão e do Iraque, comandadas pelos Estados Unidos. Um agente ouvido pela CNN disse que o suspeito ferido via o irmão como um ídolo e seguia sua conduta.
Nesta quarta, parlamentares americanos continuam as buscas por informações do FBI sobre qual foi o motivo para que o órgão não continuasse a seguir Tamerlan, apesar da conduta suspeita. O suspeito morto foi investigado em 2011 por associação com grupos terroristas.
Para os senadores da comissão, em especial os republicanos, o FBI falhou ao deixar de monitorar os passos de Tamerlan. Os dois suspeitos foram identificados na última quinta (18), três dias após o atentado, que deixou três mortos e 264 feridos.
Horas após a divulgação das fotos, a polícia diz ter entrado em uma perseguição contra os suspeitos, após a morte de um policial e o roubo de um carro na cidade de Cambridge, no subúrbio de Boston. Na ação, um agente de trânsito foi baleado e Tamerlan morreu após perseguição policial.
Na noite de sexta (19), Dzhokhar foi encontrado gravemente ferido dentro de um barco em uma casa de Watertown, ao lado de Cambridge. Devido à busca, foi decretado toque de recolher por 16 horas em toda a região de Boston.
| Ed. de arte/Folhapress | ||
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| A caçada aos irmãos de 19 e 26 anos suspeitos de terem cometido os atentados na Maratona de Boston começou na noite de quinta-feira |