O ex-presidente Pervez Musharraf, que governou o Paquistão por quase uma década e se encontra detido desde sexta-feira, apresentou-se neste sábado a um tribunal em Islamabad, onde foi decidido que o ex-general golpista permanecerá sob custódia durante duas semanas.
Depois disso, o ex-chefe do Exército retornou ao quartel-general da Polícia de Islamabad, onde está recluso após um tribunal da capital ter ordenado sua detenção por conta da prisão de 60 juízes durante o seu mandato, em 2007.
"O tribunal ditou que (Musharraf) deverá apresentar-se novamente dentro de 14 dias. Isso não significa que ele permanecerá esse tempo detido, e sim que deve estar em um lugar seguro. Pode ser até mesmo a sua residência", explicou à Agência Efe um porta-voz de Musharraf, Rashid Qureshi.
Segundo a fonte, os representantes legais de Musharraf solicitarão "nas próximas horas" ao Supremo Tribunal que conceda ao ex-presidente a liberdade mediante o pagamento de uma fiança, uma medida da qual desfrutava até quinta-feira, quando um tribunal de Islamabad a cancelou.
Musharraf, que governou Paquistão entre 1999 e 2008 após dar um golpe de Estado, retornou ao país no mês passado, após quatro anos de autoexílio nos quais viveu entre Londres e Dubai.
Sua intenção era concorrer nas eleições gerais convocadas para 11 de maio como líder de um partido criado em torno de sua figura, mas os tribunais eleitorais rejeitaram todas as suas candidaturas.
Agora o ex-general enfrenta uma série de processos, entre eles os relativos à detenção de magistrados em 2007 e a sua suposta responsabilidade nas mortes da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto e do líder independentista do Baluchistão Nawab Akbar Bugti.