Folha de S. Paulo


Polícia diz que acusados de atentado em Boston são da Tchetchênia

A imprensa americana identificou os suspeitos pela autoria do atentado na Maratona de Boston, na segunda (15), como Tamerlan Tsarnaev, 26, e Dzhokhar Tsarnaev, 19. Segundo a imprensa, os irmãos eram da Tchetchênia --região separatista da Rússia de maioria islâmica-- e viviam nos EUA legalmente.

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Os suspeitos, que tiveram suas imagens divulgadas na noite da última quinta (18), foram identificados como irmãos. O mais velho foi morto durante confronto com a polícia nesta madrugada e Dzhokhar ainda é procurado. As buscas se concentram na região de Watertown.

O Centro de Inteligência Regional de Boston emitiu um comunicado de segurança com fotos do irmão mais novo --nascido em 22 de julho de 1993-- onde adverte que Dzhokhar pode estar armado e que é perigoso.

De acordo com a emissora NBC, a polícia ainda "se preocupa" com um terceiro suspeito, também parente dos irmãos Tsarnaev. Ainda segundo a emissora, há duas pessoas sob custódia na casa onde os suspeitos viviam.

A ação começou após um policial ser morto no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, em inglês), quando atendia a uma reclamação dentro do campus. Na perseguição, que se iniciou após a morte da universidade, outro agente foi gravemente ferido em um ataque a uma estação de trem.

O porta-voz da polícia de Massachusetts, Tim Alben, disse que a situação é grave e que o toque de recolher é para proteger a segurança pública.

"Um dos suspeitos morreu, o outro está solto (...), armado e é perigoso", disse à imprensa o comissário da polícia de Boston, Edward F. Davis. "Este homem é um terrorista, veio aqui para matar gente."

A Casa Branca informou que todas as informações da operação são passadas ao presidente Barack Obama por integrantes da agência federal antiterrorismo.

O governador de Massachusetts, Deval Patrick, suspendeu todo o serviço de transporte público na região de Boston, em especial em Watertown, onde se concentram as buscas. O serviço federal entre Boston e o Estado de Rhode Island também foi suspenso.

Patrick também recomendou que os moradores da cidade e também de Boston, Newton, Waltham, Allston-Brighton e Cambridge fiquem em casa e que abram a porta para agentes da polícia em caso de eventuais revistas.

Além do transporte público e do toque de recolher, os tribunais e o comércio não funcionarão até segunda ordem. Também foram fechados o MIT, onde ocorreu a morte do policial, e a Universidade Harvard, ambos em Cambridge, no subúrbio de Boston.

O chefe de polícia de Watertown, Edward Deveau, pediu força à comunidade local ante os transtornos causados pela perseguição policial.

"Nós pedimos a todos que fiquem onde estão. Nenhum tráfego de veículos será autorizado até segunda ordem. Nenhum estabelecimento comercial está autorizado a funcionar. A comunidade de Watertown sempre esteve forte, precisamos que isso se mantenha hoje".

PERSEGUIÇÃO

A perseguição pelos suspeitos começou na noite de quinta (18), com forte efetivo policial, que inclui veículos blindados e helicópteros. Neste momento, a polícia cerca um shopping de Watertown, onde acreditam que esteja o segundo suspeito.

As autoridades temem que haja explosivos, em especial granadas, na área. Mesmo com o cerco, buscas estão sendo feitas nas casas da cidade. A ação, que envolve equipes da Swat, FBI e Departamento de Segurança, além de policiais estaduais de Massachusetts e a polícia de Boston.

A ação policial teve início por volta da meia-noite (1h em Brasília), após um tiroteio dentro do campus do MIT, em Cambridge, no subúrbio de Boston. Durante a perseguição, um policial que fazia a guarda da universidade foi morto. A universidade disse que a situação é "extremamente perigosa" e pediu aos estudantes que fiquem em casa.

Segundo as autoridades locais, os suspeitos sofreram um acidente em um posto de gasolina e abandonaram o veículo. Testemunhas dizem que os fugitivos lançaram granadas de dentro do carro contra os agentes, como em uma perseguição de um filme de ação.

Durante o confronto entre os policiais e os acusados, o primeiro suspeito morreu. Segundo médicos do hospital Beth Israel de Boston, ele tinha diversas marcas de tiros e um grande ferimento que pode ter sido resultado de uma explosão.

Editoria de Arte/Folhapress

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