Folha de S. Paulo


Unasul reconhece vitória de Maduro e cria comissão para investigar violência

Após quase quatro horas de reunião, a cúpula de emergência da Unasul exortou a oposição a "respeitar os resultados" da eleição presidencial venezuelana no domingo, vencida por Nicolás Maduro por uma pequena margem.

O comunicado foi divulgado por volta 1h20 da madrugada desta sexta-feira no Palácio do Governo, em Lima, com a presença de Dilma Rousseff, Cristina Kirchner,, Evo Morales (Bolívia), Juan Manuel Santos (Colômbia) José Mujica (Uruguai), além do próprio Nicolás Maduro, num total de nove mandatários.

"[A Unasul] insta a todos os setores que participaram no processo eleitoral a respeitar os resultados oficiais da eleição presidencial emanados do Conselho Nacional Eleitoral", diz o texto.
Em demonstração de apoio à institucionalidade venezuelana, o documento afirma que "qualquer reclamação, questionamento ou procedimento extraordinário" sobre as eleições deve ser feito "dentro do ordenamento jurídico vigente".

O documento também elogiou a decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), tomada horas antes, de fazer uma auditoria de todas as mesas eleitorais.

A medida também havia sido elogiada pelo candidato oposicionista Henrique Capriles, que vem questionando o resultado após ter perdido por com menos de 2% de diferença.

No final do documento, a Unasul anunciou a criação de uma comissão para investigar a violência ocorrida na segunda-feira. O governo acusa oposicionistas de terem matado oito chavistas em distintos ataques.

Na saída do Palácio, Dilma disse a jornalistas que "a vida é dura". A comitiva foi direto ao aeroporto com destino a Caracas, para participar, junto com os demais colegas da cúpula, da cerimônia de posse de Maduro.

Também na saída, Maduro foi questionado se estava satisfeito com o resultado. "Muito", respondeu.

Anfitrião da cúpula por ser o presidente pro tempore da Unasul, Ollanta Humala teve a viagem a Caracas aprovada na noite de quinta-feira pela Congresso por 53 votos contra 36, com duas abstenções.

Na Embaixada da Venezuela em Lima, simpatizantes de Maduro se reuniram para manifestar apoio durante a tarde. Horas depois, foi a vez de um grupo contrário ao chavista promover um "panelaço" diante da representação diplomática.


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