Folha de S. Paulo


Paquistão ordena prisão de ex-presidente por violar Constituição

A Justiça do Paquistão ordenou nesta quinta-feira a prisão do ex-presidente Pervez Musharraf, acusado de violar a Constituição do país por ter destituído juízes em 2007. Ele, que governou o país entre 1999 e 2008, voltou ao país no mês passado para participar das eleições parlamentares, marcadas para maio.

A ordem de prisão foi decretada na mesma sala do Tribunal Superior de Islamabad onde prestava depoimento no mesmo processo, mas não foi divulgada quando começará a ser aplicada. Musharraf saiu da audiência com seus seguranças, sem ser preso.

A imprensa local diz que ele fugiu da determinação, aproveitando a confusão gerada por sua presença no tribunal e a inação das forças de segurança que estavam na corte. Pouco após a fuga, as emissoras Geo e Express informaram que o ex-presidente foi para sua casa em Chak Shazad, nos arredores de Islamabad.

A derrota judicial desta quinta-feira se soma ao revés sofrido por Musharraf após ter sido desqualificado das eleições de maio, uma vez que os tribunais eleitorais não o consideram apto para participar do pleito devido a seus problemas com a Justiça.

O ex-presidente cedeu o poder em 2008 por não poder controlar a pujante oposição interna e saiu do país em 2009 para evitar a ação dos tribunais.

Quando retornou ao país, teve de enfrentar os diversos processos pendentes, entre eles o que hoje lhe valeu a ordem de detenção e outro na Suprema Corte em relação a uma acusação de alta traição por violar a Constituição.

Além disso, o ex-general é acusado de envolvimento nos assassinatos, em 2006, de um líder nacionalista da região do Baluchistão, Nawab Akbar Bugti, e, em 2007, da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto.

Musharraf, que vive em meio a fortes medidas de segurança devido às ameaças do grupo armado Taleban, está proibido de sair do Paquistão por causa dos processos abertos contra ele.


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