Folha de S. Paulo


Brasileira decide tomar café e escapa da explosão em Boston

Moradora de Brasília, a brasileira Yara Matias, 29, aguardava a chegada de seu marido na linha de chegada da maratona de Boston, no exato local onde a primeira bomba explodiu. Mas escapou de ser uma das vítimas da tragédia ao decidir tomar um café na lanchonete Dunkin' Donuts, a 100 metros de distância do pórtico da maratona, na Boylston Street.

Ela caminhou no sentido contrário ao dos atletas, entrou na loja, comprou o café, saiu e parou diante da grade divisória, que separava o público da pista de corrida. Naquele instante, houve a explosão.

"O que me chocou foi ver uma moça perto de mim, caída no chão, sem um pedaço da perna, cercada por uma poça de sangue", disse Yara, por telefone, à Folha.

Ela não foi atingida pelos destroços. Desorientada, percebeu que a primeira reação das pessoas a sua volta era olhar para o alto dos prédios.

"Ninguém entendia o que estava acontecendo. Todo mundo olhava pra cima, achando que fosse um avião como no 11 de setembro", lembrou Yara.

Após o primeiro momento de choque, ela começou a correr no sentido contrário ao dos atletas na esperança de encontrar seu marido pelo caminho. Veio a segunda explosão.

"Entre a primeira bomba e a segunda foram poucos segundos. Os policiais diziam que havia uma terceira bomba e gritavam para que todos saíssem da rua principal".

Veja vídeo

Yara seguiu por uma tranversal. Ligou para o marido para avisá-lo que estava bem. Ele, por sua vez, estava prestes a completar a prova, a 500 metros do pórtico de chegada.

Hospedada no hotel Hilton, na região central de Boston, ela ainda está assimilando tudo o que aconteceu na tarde desta segunda-feira.

"Eu estava na frente do lugar onde explodiu a bomba. Foi Deus quem me tirou de lá".


Endereço da página:

Links no texto: