O oligarca russo exilado Boris Berezovsky tinha um fio em torno do pescoço e um pedaço de um material semelhante amarrado a uma estrutura sobre ele no dia em que foi encontrado morto, de acordo com depoimentos no inquérito sobre sua morte.
Berezovsky, 67, morreu por asfixia, de acordo com as constatações do exame conduzido pelo hospital Wexham Park, em Slough, na segunda-feira. Seu corpo foi identificado por Elizaveta Berezovskaya, filha de seu primeiro casamento.
O inquérito, no Guildhall de Windsor, que foi aberto e adiado por Peter Bedford, o legista do condado de Berkshire, ouviu depoimentos de que Berezovsky talvez estivesse morto há 18 horas antes que o corpo fosse encontrado por um guarda-costas.
"Ele foi visto vivo pela última vez às 21h05min da noite de 22 de março pelo mesmo empregado [que descobriu o corpo na tarde de sábado]", disse o detetive inspetor Marc Bissell, da polícia do vale do Tâmisa.
Bissell disse que não era possível descartar completamente a possibilidade de envolvimento de terceiros, antes que a investigação seja concluída, mas o legista concordou com ele na afirmação de que "no momento não existe nada que sustente a ideia de circunstâncias suspeitas".
"Os patologistas não averiguaram coisa alguma que indique uma luta violenta ou algo que sugira o envolvimento de terceiros", disse Bissell.
A polícia continua a investigar a casa de Berezovsky em Mill Lane, perto de Ascot. Os testes de toxicologia e histologia ainda não foram concluídos.
"A cena está sob controle da polícia, no momento, e uma busca pela propriedade continua em curso, e deve continuar por mais alguns dias", disse Bissell.
O legista disse que Berezovsky havia mudado de nome formalmente em 2003, e o tribunal o descreve como Platon Yelenin.
Bedford afirmou que, assim que receber a informação necessária da família de Berezovsky, assinará o atestado de óbito para permitir o sepultamento.
Tradução de PAULO MIGLIACCI