Eles costumam passar longe da igreja, mas chegaram à Praça de São Pedro antes dos fiéis e passaram a noite em claro para festejar um traço em comum com o novo papa: a paixão pelo San Lorenzo.
Um grupo de 15 "hinchas" do clube argentino deu ares de arquibancada ao Vaticano ontem de manhã, na missa inaugural do torcedor ilustre.
| Andreas Solaro/AFP | ||
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| Papa Francisco passa ao lado de bandeira feita por torcedores do San Lorenzo, time argentino que o cardeal Bergoglio é sócio |
Eles se distinguiam na multidão de fiéis e religiosos pelo visual cabeludo e por empunhar uma bandeira com o escudo do clube ao lado da foto de Francisco.
"O papa não é só sócio do San Lorenzo. Ele é tão fanático quanto a gente", orgulhava-se o universitário portenho Marcos Gandini, 29, com jeans surrados e um cigarro atrás da orelha.
Os torcedores viajaram com milhas, se hospedaram num albergue e enfrentaram desconfiança da polícia local até garantir um lugar de destaque no centro da praça.
Enquanto Francisco recitava o Evangelho, Gandini ficava de olho no telão e se contorcia para esticar a bandeira cada vez que entrava na mira das câmeras.
"O papa já está nos ajudando. No domingo, ele disse 'Viva o San Lorenzo' e nós ganhamos um jogo difícil", disse. O milagre de Francisco foi uma vitória apertada de 1 a 0 sobre o Colón, lanterna do Campeonato Argentino.
Torcedores de outros clubes do país optaram por usar camisas da seleção. O analista de recursos humanos Luciano Montaruli, 30, escolheu um modelo da Copa de 1986, quando Maradona fez um gol com a mão e o atribuiu à "mão de Deus".
"Espero que o papa nos dê sorte em 2014. Mas acho que vamos precisar mais do Messi do que dele...", reconheceu. (BERNARDO MELLO FRANCO)