A cidade onde a Escócia conquistou sua independência há quase 700 anos torce por uma nova separação dos ingleses para aumentar suas receitas com o turismo.
Escócia tem chance real de se tornar independente do Reino Unido
A pequena Stirling (a 60 km de Edimburgo) vive do mito de William Wallace, guerreiro medieval que inspirou o filme "Coração Valente" de Mel Gibson. Ele é homenageado nas principais atrações do lugar: um castelo imponente, antiga fortaleza do reino escocês, e um monumento nacional com seu nome.
"Para mim, a Escócia vai se manter melhor sozinha. Mesmo que o petróleo acabe um dia, o uísque vai durar para sempre", anima-se Alan Waldron, dono de uma loja de gaitas de foles.
O guia turístico Bob Holsman, que se diz fã do premiê Salmond, faz eco à promessa de que o novo país será tão rico quanto os vizinhos escandinavos: "Antes do petróleo, a Noruega era uma das nações mais pobres da Europa".
Ele diz sonhar com a retirada da bandeira do Reino Unido do castelo de Stirling. "Se o sim ganhar, vamos hastear a bandeira escocesa ali."
Embora o separatismo pareça dominar Stirling, a reportagem também encontrou quem acredite que a vitória do "sim" no plebiscito pode trazer novos problemas.
O motorista Robert Fowler, que votará no "não", diz temer uma onda nacionalista contra os imigrantes do Leste Europeu: "Hoje, tudo de ruim que acontece na Escócia é culpa de Londres. Se nos separarmos do Reino Unido, vão passar a culpar as minorias e os estrangeiros", prevê.
Ele diz crer que os separatistas, se ganharem, vão propor outro plebiscito para deixar a monarquia britânica e proclamar a república.
Com ou sem independência, Stirling prepara uma maratona de festas em 2014 para marcar os sete séculos da vitória de Bannockburn, incluindo uma encenação de três dias da batalha campal.
O triunfo de 1314 perdeu efeito em 1707, quando a Escócia foi incorporada ao Reino Unido, mas continua presente na vida da cidade.
| Editoria de arte/Folhapress | ||
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