O candidato à presidência Lino Oviedo foi homenageado por milhares de seguidores e com direito a honras militares em seu funeral realizado na tarde desta quinta-feira em Luque (15 km de Assunção).
Oviedo era candidato às eleições de 21 de abril e morreu num acidente de helicóptero no último sábado (2) enquanto voltava de um comício em Concepción. O helicóptero em que viajava caiu em Presidente Hayes, na província do Chaco. Morreram também o piloto e um segurança; as causas da queda não foram identificadas.
Na presença do chefe de Estado, Federico Franco, acompanhado de sua esposa e dos membros de seu gabinete, soldados das Forças Armadas apresentaram armas e dispararam salvas com tanques.
| Jorge Adorno/Reuters | ||
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| Caixão do ex-general e candidato à presidência paraguaia, Lino Oviedo, é carregado durante enterro em Luque |
"Foi um herói da pátria", disse o presidente ao lembrar que Oviedo foi um dos principais protagonistas da queda do ditador Alfredo Stroessner no golpe de Estado liderado pelo general Andrés Rodríguez, na época comandante das Forças Armadas.
Muitas pessoas choravam e gritavam o nome de Oviedo na caravana que acompanhou o caixão do político da sede de seu partido União Nacional de Cidadãos Éticos (Unace) até o cemitério Jardim da Paz, em Luque.
O presidente do Congresso, Jorge Oviedo Matto, indicou em uma mensagem que com Oviedo se foi "um herói e um caudilho que soube falar a linguagem que o povo entendia", referindo-se ao seu domínio da língua nativa guarani, falada pela maior parte da população.
O ministro de Obras Públicas, Salyn Buzarquis, lembrou que Oviedo foi perseguido implacavelmente por seus inimigos, principalmente pelos ex-colaboradores do general Stroessner, que voltaram à política graças a sua libertação a partir de 1989. Buzarquis disse que Oviedo "foi amado por muitos compatriotas" e que a multidão que se despediu dele é a prova de sua liderança.
HOMENAGEM
Na tarde de ontem, o caixão de Oviedo foi levado ao Congresso para uma cerimônia de despedida na Sala Bicameral.
Durante a homenagem no Congresso, representantes dos dois partidos tradicionais do país, o Liberal e o Colorado prestaram homenagens para Oviedo. Filho de Oviedo, o deputado e porta-voz da Unace, Ariel Oviedo também discursou.
CAUSAS
A Direção de Aeronáutica Civil do Paraguai anunciou que na tarde da última quarta-feira (6), quatro especialistas em desastres aéreos chegam ao país para determinar as causas da tragédia. Segundo o diretor Carlos Fugarazzo o resultado final das investigações não deverá sair em menos de 60 dias.
A imprensa do Paraguai afirmou na última segunda-feira (4) que o acidente de helicóptero teria sido provocado por ventos fortes que atingiam a região de Presidente Hayes, onde o aparelho caiu.
O jornal "Ultima Hora" consultou dois pilotos, um militar e um civil, que atribuíram aos ventos a queda do helicóptero Robinson 44. O ex-comandante da Brigada Aérea da Força Aérea do Paraguai, Fernando Noldin, disse que não acredita na hipótese de atentado.