Folha de S. Paulo


Banda russa Pussy Riot faz apelo contra prisão a tribunal europeu

As três integrantes da banda de punk rock feminista Pussy Riot entraram com uma apelação ao Tribunal de Direitos Humanos da União Europeia, sediado em Estrasburgo, na França.

Maria Alekhina, Yekaterina Samutsevich e Natalia Tolokonnikova foram condenadas a dois anos de prisão na Rússia por vandalismo agravado por ódio religioso após tentar gravar um clipe de uma música na catedral ortodoxa de Moscou.

A canção critica o presidente Vladimir Putin, motivo pelo qual a defesa acredita em perseguição política. A detenção gerou protestos em todo o mundo, incluindo de celebridades, como Madonna.

A defesa afirma que as prisões violam quatro artigos da Convenção Europeia de Direitos Humanos: Liberdade de expressão, direito a liberdade e segurança, proibição de tortura e julgamento justo.

Os advogados das integrantes da banda afirmam ainda que a gravação do clipe foi um protesto contra o apoio público do o patriarca Kirill da Igreja Ortodoxa Russa à candidatura de Putin, dias antes do incidente, em fevereiro.

Eles também querem provar que as condenadas não tiveram um julgamento justo porque o tribunal não questionou especialistas e também porque as acusadas tiveram negado o direito de se comunicarem com a defesa durante o julgamento.

'ORAÇÃO'

As três foram condenadas em 17 de agosto a dois anos de prisão por vandalismo motivado por ódio religioso por cantar na catedral de Moscou, em 22 de fevereiro.

As integrantes subiram no altar para tocar uma música que era uma "oração" contra Putin e pedia à Nossa Senhora que livrasse a Rússia do presidente, que controla o país alternando cargos desde 2000.

O julgamento das Pussy Riot recebeu amplas críticas no exterior e a sentença emitida foi classificada de "desproporcional". Elas receberam o apoio de diversas personalidades internacionais, como Paul McCartney, Madonna, Sting e Yoko Ono, a viúva de John Lennon.

Outras manifestações foram realizadas em várias capitais europeias para denunciar o processo, de Paris a Bruxelas, passando por Londres e Barcelona.

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