Uma reestruturação da dívida de Portugal está fora de questão e o programa de resgate ao país está progredindo bem, disse a chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, neste sábado.
Lagarde disse à revista semanal portuguesa "Expresso" que também está confiante que Portugal não vai seguir os passos da Grécia, que entrou numa espiral de recessão econômica.
A União Europeia e o FMI concederam a Portugal um pacote de ajuda de 78 bilhões de euros em 2011, e os credores têm elogiado o país por cumprir a maioria das exigências. No ano passado, as metas rígidas para o orçamento foram flexibilizadas, uma vez que a pior recessão em Portugal desde os anos 1970 prejudicou as receitas com impostos.
"Isso está fora de questão", disse Lagarde à revista, quando perguntada se Portugal pode ser forçado a reestruturar sua dívida.
"As autoridades portuguesas estão determinadas a fazer o que é necessário para completar o programa de forma a recuperar o acesso ao mercado (de títulos)", acrescentou.
Lagarde disse ainda que o FMI deve aprovar a nova parcela de empréstimo ao país, após uma sexta revisão das contas.
"As autoridades portuguesas e os portugueses têm sido extremamente corajosos e firmes em aplicar as reformas difíceis e dolorosas", disse.
Alguns economistas dizem que Portugal pode ser forçado a ampliar o acordo de empréstimo para além deste ano, quando está previsto que volte ao mercado de títulos para se financiar a partir do terceiro trimestre.
Lagarde disse que Portugal não deve esperar qualquer mudança no acordo. "Mas temos que adaptar o programa, rever a revisão, levando em conta todas as implicações", disse.