Folha de S. Paulo


Com força de exportações, BC vê deficit menor em transações correntes

O Banco Central melhorou muito nesta quarta-feira (20) sua projeção para o déficit em transações correntes neste ano e em 2018, em meio à maior força do comércio exterior brasileiro.

Agora, a conta é de saldo negativo de US$ 9,2 bilhões em 2017, sobre US$ 16 bilhões calculados antes, e de US$ 18,4 bilhões para o próximo ano, contra US$ 30 bilhões.

Caso a previsão do BC para este ano se confirme, este será o melhor resultado para as contas externas desde 2007, quando houve superávit de US$ 408 milhões.

Tanto para este ano quanto para o próximo, o ajuste nos números veio na esteira de uma balança comercial mais forte, puxada pelo aumento nas exportações.

O BC passou a ver superávit de 64 bilhões de dólares na balança comercial em 2017, ante US$ 61 bilhões. Para 2018, a expectativa agora é de saldo positivo de US$ 59 bilhões, contra US$ 51 bilhões.

A balança vem sendo impulsionada pelas vendas mais fortes de produtos brasileiros no exterior, movimento favorecido tanto pelo maior volume transacionado quanto por preços mais favoráveis de algumas commodities de peso na pauta brasileira, como minério de ferro e petróleo.

A melhora no déficit em transações correntes também foi beneficiada por uma revisão feita pelo BC no saldo negativo esperado para a conta de renda primária, linha que engloba a remessa de juros e de lucros e dividendos para o exterior.

A estimativa caiu a US$ 42,5 bilhões para 2017, contra US$ 46,3 bilhões antes, e a US$ 42,1 bilhões em 2018, ante US$ 45,8 bilhões.

Em relação aos Investimento Direto no País (IDP), o BC manteve sua estimativa de uma cifra de US$ 75 bilhões para 2017 e de US$ 80 bilhões em 2018.

NOVEMBRO

Nesta terça-feira, o BC também divulgou que houve um deficit em transações correntes de US$ 2,388 bilhões em novembro, pior que a expectativa de um rombo de US$ 1,8 bilhão, segundo pesquisa Reuters.

No mês, o IDP foi de US$ 5,021 bilhões, acima da projeção de analistas de US$ 4,3 bilhões.

De janeiro a novembro, o déficit nas transações correntes ficou em apenas US$ 5,418 bilhões, ante US$ 17,649 bilhões em igual período de 2016.

Em 12 meses, o déficit subiu a 0,56% do Produto Interno Bruto (PIB), contra patamar de 0,48% no acumulado até outubro.


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