Folha de S. Paulo


Bolsa acompanha exterior e tem alta; Burger King cai 1,9% na estreia

Claude Paris/Associated Press
Ações do Burger King recuam 1,94% na estreia na Bolsa brasileira; dólar fecha em baixa
Ações do Burger King recuam 1,94% na estreia na Bolsa brasileira; dólar fecha em baixa

O bom humor dos investidores no exterior ajudou a Bolsa brasileira a sustentar o segundo pregão de alta nesta segunda (18), impulsionada pelo dado positivo do indicador de atividade econômica do Banco Central. O dólar fechou em leve baixa, quase em R$ 3,30.

O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, teve alta de 0,70%, para 73.115 pontos. O giro financeiro foi de R$ 14,2 bilhões, em dia de vencimento de opções sobre ações que movimentou mais de R$ 4,4 bilhões.

O dólar comercial teve queda de 0,27%, para R$ 3,299. O dólar à vista se desvalorizou 0,51%, para R$ 3,293.

A Bolsa brasileira acompanhou o bom humor no exterior, mas também seguiu indicadores domésticos.

Aqui, o índice de atividade econômica do Banco Central avançou 0,29% em outubro, acima do esperado pelo mercado. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 2,33%.

No Boletim Focus, os investidores elevaram a projeção para a economia brasileira no fim deste ano, de 0,91% para 0,96%.

Por outro lado, o adiamento da reforma da Previdência para fevereiro deve deixar o mercado de lado nos até lá, avalia Lucas Marins, analista da Ativa Investimentos. "A questão brasileira perdeu dinâmica, a reforma ficou para o ano que vem. Então o mercado monitorou os dados que saíram e que mostram economia mais forte, em um dia positivo no exterior", afirma.

AÇÕES

Na Bolsa, o dia foi de estreia das ações do Burger King, que foram precificadas a R$ 19, mas terminaram a sessão com queda de 1,94%, para R$ 17,65.

Para analistas, a queda era esperada. "Até soltamos um relatório dizendo que não recomendávamos a entrada no IPO porque achávamos que a faixa de preço proposta na oferta tinha um prêmio muito elevado em relação ao Arcos Dourados, principal concorrente da empresa e que negocia ações no exterior", diz Giovana Scotini, analista da Eleven Financial.

"Não achamos que a performance da companhia até agora justifica a precificação, principalmente quando comparada com o principal concorrente. Ela teria que gerar rentabilidade muito acima do que tem hoje", complementa.

A avaliação é parecida com a do analista Rafael Passos, da Guide Investimentos. "Se olhar os múltiplos e o Ebitda, estava um pouco mais caro que os múltiplos lá fora. Mas o investidor que está posicionado em Burger King olha mais no longo prazo, o resultado futuro que venha a ter", avalia. "A empresa tem crescido nos últimos três anos, com abertura de novas lojas e crescimento de receita", complementa.

Das 59 ações do Ibovespa, 40 subiram e 19 caíram.

A maior alta foi registrada pelos papéis da Rumo, com avanço de 6%. A Qualicorp subiu 5,3% e a CPFL teve alta de 3,14%.

Entre as quedas, a maior desvalorização foi registrada pela CSN, com baixa de 3,35%. A Metalúrgica Gerdau perdeu 3,32%, e a Equatorial Energia teve recuo de 1,80%.

As ações da Petrobras se valorizaram quase 2%, em dia de preços mistos do petróleo no exterior. As ações preferenciais da Petrobras subiram 1,81%, para R$ 15,22. Os papéis ordinários tiveram alta de 1,80%, para R$ 15,84.

A mineradora Vale subiu 2,58%, para R$ 37,84.

No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco recuaram 0,02%. As ações preferenciais do Bradesco subiram 0,80%, e as ordinárias avançaram 0,20%. Os papéis do Banco do Brasil tiveram valorização de 1,34%, e as units –conjunto de ações– do Santander Brasil tiveram baixa de 0,19%.

DÓLAR

Das 31 principais divisas do mundo, 23 se valorizaram em relação ao dólar.

Os investidores ficaram atentos ainda aos movimentos envolvendo a reforma tributária americana. Mais dois senadores republicanos insistiram em mudanças no texto, juntando-se a uma lista de legisladores cujo apoio é incerto.

Marco Rubio, ex-candidato presidencial da Flórida, disse que, se a proposta de restituição aos contribuintes do crédito fiscal infantil não for expandida, "eu digo não... Ela deve ser superior a US$ 1,1 mil."

No Brasil, o Banco Central vendeu os 14 mil contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), com vencimento em janeiro. Até agora, rolou o equivalente a US$ 8,4 bilhões do total de US$ 9,638 bilhões que vencem no mês que vem.

O CDS, espécie de seguro contra calote do Brasil, recuou 1,32%, para 164,2 pontos.

No mercado de juros futuros, o contratos mais negociados fecharam em baixa. O contrato para janeiro de 2018 se manteve estável em 6,893%. O contrato para janeiro de 2019 teve queda de 6,940% para 6,930%.


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