Folha de S. Paulo


Marun diz que governo não tem compromisso com novas flexibilizações na Previdência

O novo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta sexta-feira (15) que o Palácio do Planalto irá receber reivindicações para mudanças na reforma da Previdência, mas ressaltou que não há compromisso com "qualquer tipo de flexibilização".

Além disso, ele cobrou que quem trouxer reivindicações tem que trazer também votos a favor da proposta do governo.

Segundo ele, o governo do presidente Michel Temer não aceitará mudanças que alterem a "espinha dorsal" da proposta, como a redução dos privilégios dos servidores públicos e a fixação de uma idade mínima para as aposentadorias de homens e mulheres.

"O governo, como sempre, ouviu e continuará ouvindo, mas não temos compromisso com qualquer tipo de flexibilização. O que é importante é que quem nos traga sugestão de modificação traga junto os votos", disse.

Para tentar aprovar a iniciativa em fevereiro, o Palácio do Planalto discute fazer novas concessões, como, por exemplo, a redução da idade mínima das mulheres de 62 para 60 anos.

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No entanto, as flexibilizações não são consenso nem mesmo no governo. Auxiliares do presidente temem uma enxurrada de novos pedidos.

Com o adiamento, as categorias que representam servidores públicos retomaram a pressão para novas flexibilizações.

Eles defendem que a idade minima para eles seja de 60 anos para homens e de 55 anos para mulheres. E que seja retomada a possibilidade de acúmulo de aposentadoria com pensão para salários maiores que dois salários mínimos ou que pelo menos seja estabelecida uma regra de transição.

Marun afirmou que pretende melhorar a interlocução da Secretaria de Governo com os parlamentares. A dificuldade de diálogo com o ministro anterior, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), era uma das principais queixas dos parlamentares, principalmente do centrão.

O novo ministro disse que quer criar em sua pasta uma estrutura para resolver demandas dos congressistas de maneira mais simples.

Marun disse ainda que deve visitar deputados em seus Estados em janeiro, durante o recesso parlamentar, para tentar virar votos a favor da reforma da Previdência.


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