Folha de S. Paulo


Fazenda revê projeção de crescimento da economia de 2% para 3% em 2018

Zanone Fraissat/Folhapress
Ministro Henrique Meirelles: Fazenda revisou projeção de alta do PIB de 2018 de 2% para 3%
Ministro Henrique Meirelles: Fazenda revisou projeção de alta do PIB de 2018 de 2% para 3%

O Ministério da Fazenda anunciou nesta quinta-feira (14) que revisou a expectativa para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2018 de um crescimento de 2% para 3%. Para este ano, a projeção oficial foi elevada de 0,5% para 1,1%.

O ministro Henrique Meirelles defendeu que a projeção, que está acima do esperado pelo mercado –os analistas do boletim Focus esperam alta de 0,9% para este ano e de 2,6% para o ano que vem– é "conservadora".

"É uma projeção bastante conservadora, bastante sólida. Existe um aumento da confiança muito grande, que influenciou a trajetória neste ano, com controle fiscal, aprovação do teto de gastos e aprovação das reformas, como a trabalhista", afirmou o ministro.

Meirelles declarou ainda que já há alta de investimento e aumento do consumo no país. "A inflação está controlada e a política monetária está estimulando a economia", disse.

PREVIDÊNCIA

Meirelles declarou que o governo continua tentando a aprovação da reforma da Previdência na próxima semana.

"Se porventura [a aprovação da Reforma] não for possível, esperamos que seja aprovada no inicio do próximo ano, entre fevereiro e março".

Ele declarou que a aprovação da reforma neste ano não está totalmente incorporada pelo mercado –ou seja, há uma parcela dos investidores que já considerava a possibilidade da não aprovação.

"Se a reforma for aprovada na próxima semana, será muito positivo. Caso não seja aprovada, certamente será negativo, mas é difícil mensurar quanto impacta no ano que vem", declarou.

IMPACTO DA REFORMA

Se a reforma da Previdência não for aprovada no governo Michel Temer, o impacto negativo sobre o PIB de 2018 seria de 0,15 ponto percentual, afirmou o secretário de Acompanhamento Econômico, Fabio Kanczuk.

Ou seja, de acordo com os cálculos da secretaria, se a nova projeção oficial para a economia é de alta de 3%, a não aprovação das regras até o ano que vem levaria esse crescimento a 2,85%.

Se a reforma for aprovada, haveria um impacto positivo de 0,3 ponto percentual no PIB —ou seja, o crescimento iria a 3,3%.

A conta, de acordo com a secretaria, é feita levando-se em conta qual parcela do mercado acredita na aprovação. "Um exercício que fizemos indica que o mercado vê um terço de chance de se aprovar a Previdência. A conclusão é que, se a reforma for aprovada, o choque positivo é muito mais forte do que se não for aprovada", disse.

De acordo com Kanczuk, a projeção para o PIB do ano que vem pode ser elevada em um ponto percentual pelo impacto da política monetária que ainda será sentido na ponta —os juros básicos vem caindo desde outubro do ano passado, e a taxa atual é de 7% ao ano, a menor da história.

"A política monetária atua sobre a economia com uma defasagem de seis a nove meses", afirmou Kanczuk, ressaltando que boa parte desse impacto positivo é esperado para o ano que vem.


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