Folha de S. Paulo


'Isso é uma sacanagem com Michel', diz aliado sobre adiamento de Previdência

O anúncio do adiamento da reforma da Previdência para fevereiro de 2018 feito pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), irritou aliados do presidente Michel Temer.

"Isso é uma sacanagem com Michel", disse o vice-líder do governo Beto Mansur (PRB-SP) ao deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), aliado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Maia refutou a informação de houve uma combinação para que Jucá anunciasse o adiamento.

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Ao deixar o plenário da Câmara, duas horas após a declaração de Jucá, Rodrigo Maia disse não fez acordo "com ninguém" e que o senador "pode estar falando pelo governo".

"Fiquei de conversar com presidente Michel entre hoje e amanhã pra gente avaliar se tem condição de votar amanhã ou não. Eu sempre disse que não é fácil."

Questionado se a declaração do líder do governo atrapalha o processo de votação, respondeu que "se essa for a posição do governo, atrapalha". "Não sei se é", acrescentou.

Segundo um aliado do presidente da Câmara, o acertado é que ele, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e Temer falariam sobre o tema em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (14).

Temer está internado em São Paulo e passa por procedimentos médicos.

A ideia inicial do governo era votar a reforma na próxima semana.

Sem os 308 votos necessários pra aprová-la, estava cada vez mais certo que a votação ficaria para o ano que vem.

Eunício, inclusive, anunciou que votaria nesta noite o Orçamento de 2018, tradicionalmente o último ato do ano no Legislativo.

No início da tarde, Maia havia dito que anunciaria entre esta quarta e quinta-feira quando a votação ocorreria. Acabou furado por Jucá.


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