Folha de S. Paulo


Morre ex-presidente do BNDES Eduardo Modiano

Sergio Moraes - 10.ago.2015/Reuters
The headquarters of Brazilian Development Bank (BNDES) is pictured with the headquarters of oil company Petrobras reflected on its facade in downtown Rio de Janeiro, Brazil, August 10, 2015. To match BRAZIL-ECONOMY/INVESTMENTS REUTERS/Sergio Moraes/Files ORG XMIT: SMS101
A sede do BNDES, no centro do Rio

Morreu nesta quarta-feira (7) o ex-presidente do BNDES Eduardo Marco Modiano, aos 65 anos de idade. O economista presidiu o banco de 1990 a 1992. Ele morreu em decorrência de problemas relacionados a um câncer.

Modiano comandou o Plano Nacional de Desestatização, lançado em 1990, além de ter sido um dos formuladores do Plano Collor, tendo feito parte da equipe da ministra Zélia Cardoso de Melo.

Formado em engenharia de sistemas pela PUC-Rio e economia pela faculdade Cândido Mendes, cursou mestrado no MIT (Massachussets Instituto of Technology), onde também concluiu doutorado.

Em 1979, Modiano voltou ao Brasil e passou a integrar o grupo de professores do departamento de economia da PUC-Rio, um dos pólos do novo pensamento econômico brasileiro e de onde saíram nomes que vieram a formular no futuro, por exemplo, o Plano Real.

Modiano foi convidado a presidir o BNDES em 1990 e pediu demissão após o impeachment de Fernando Collor.

"Era muito natural que o BNDES tivesse um papel muito importante, como tem até hoje, no programa de privatização que se deslanchava nos anos 90, sempre agindo com muita transparência, muita lisura e com muito conhecimento técnico e conhecimento das próprias empresas e dos setores onde essas empresas estavam", disse Modiano em depoimento ao Projeto Memória do BNDES.

Nos últimos anos, dedicava-se a atividades privadas à frente do Grupo Modiano. É autor dos livros "Da inflação ao cruzado: a política econômica do primeiro ano da nova república" (1986) e "Inflação: inércia e conflito (1988)".
Segundo o jornal O Globo, Modiano deixa mulher e quatro filhas.


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