Folha de S. Paulo


Cenário da Selic para 2018 divide especialistas

Após cair a 7% ao ano e atingir a mínima histórica em termos nominais, a trajetória futura da taxa Selic segue rotas distintas, a depender da origem das projeções: se economistas de bancos e consultorias que ganham para fazê-las ou investidores que, com base nelas, arriscam dinheiro na compra de títulos.

A maior parte do primeiro grupo tem a avaliação de que o juro básico deve se manter em 7% durante todo o ano que vem. Há até quem espere queda maior para a Selic, entre 6,75% e 6,5%, no começo de 2018.

Para esse grupo, diz o Boletim Focus, do Banco Central, a Selic só voltaria a subir em 2019, para 8% ao ano, por pressões inflacionárias geradas pela economia mais aquecida.

Investidores, porém, "pensam diferente". Por investir dinheiro em um prazo mais longo, eles embutem uma espécie de prêmio em suas previsões.

É esse prêmio que aparece na curva futura de juros, que considera as taxas negociadas em títulos de longo prazo.

Nela, os juros se mantêm em nível mais baixo na primeira metade de 2018. A partir daí, sobem, de modo gradual, cerca de três pontos percentuais até 2019.

Para Fernando Rocha, economista da gestora JGP, a Selic vai cair para 6,75% no início de 2018, mantendo-se nesse nível até 2019. Mas o investidor, explica, vê risco maior nas eleições e cobra mais para comprometer seu dinheiro.

"Para ele, o dólar pode subir, puxando a inflação e provocando alta de juros."


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