Folha de S. Paulo


Com filhos, mulheres se dedicam à educação e homens atuam em lazer

Karime Xavier/Folhapress
CAMPINAS / SÃO PAULO / BRASIL -27 /09/17 - :00h - Inseminação caseira - A enfermeira Maria Luiza Sanches Stancato Rodrigues (vestido) com seus dois filhos gerados por meio de inseminação caseira. Ela é casada com a Carol (blusa azul) e tem a Mariana de seis meses e um filho de três anos. Elas foram até a casa do doador e receberam o sêmen em uma seringa. Ela vai ser a personagem principal de uma matéria sobre doação de sêmen na internet e inseminação caseira. ( Foto: Karime Xavier / Folhapress). ***EXCLUSIVO***COTIDIANO
A enfermeira Maria Luiza Sanches com seus dois filhos gerados por meio de inseminação caseira. Ela é casada com a Carol

As mulheres se dedicam mais aos cuidados pessoais e no auxílio de atividades educacionais dos filhos, enquanto os homens costumam monitorar e realizar atividades como ler, jogar ou brincar com as crianças.

A conclusão é do complemento inédito sobre trabalho não remunerado da Pnad Contínua, pesquisa de abrangência nacional do IBGE, divulgada nesta quinta-feira (7) com dados de 2016.

Segundo a pesquisa, 26,9% da população de 14 anos ou mais no país cuida de um integrante do domicílio, sejam filhos, enfermos, deficientes ou idosos. Mulheres (32,4%) atuam mais dos que os homens (21%). As maiores parcelas de pessoas cuidadas são crianças de 0 a 5 anos (49,6%) e de 14 anos ou mais (48,1%).

As mulheres superam em muito os homens quando é avaliado o percentual dos que atuam no auxílio nos cuidados pessoais. Apenas 65% dos homens o fazem, enquanto o percentual das mulheres chega a 86,9%. Nas atividades educacionais, elas respondem por 71,1%, enquanto eles, 58,8%.

No quesito de atividades voltadas ao lazer, como leituras e brincadeiras, a diferença entre sexos é pequena: elas respondem por 74%, enquanto eles, 72,1%. Os homens não superam as mulheres em nenhuma dos quesitos avaliados.

Na atividade de monitorar ou fazer companhia dentro do domicílio, os homens que desempenham essa atividade representam 84,2% da população que promove algum tipo de cuidado, enquanto as mulheres são 88,6%. No transporte para a escola, médico ou parque, elas também se dedicam mais– 70,8% contra 66,9% dos homens.

É a primeira vez que o instituto investiga formas de trabalho não remunerado. Além do cuidado de pessoas no domicílio, o IBGE abordou também os percentuais de pessoas que desempenham afazeres domésticos, além da produção e de bens e serviços para o próprio consumo, como reformas na casa e cultivo e caça de alimentos para o próprio consumo.

Divisão de tarefas - Mulher se dedica mais ao cuidado familiar

Nove em cada dez mulheres realiza afazeres domésticos no país. A pesquisa apontou que 89,9% das mulheres dedicaram pelo menos uma hora por semana para atividades como cozinhar, lavar louça, limpar a casa, cuidar da organização do domicílio, fazer compras e cuidar de animais. Na outra ponta, homens fazem menos atividades domésticas: 71,9%.

Os homens que mais fazem serviços domésticos têm emprego (75,5%), o principal responsável pelas contas do domicílio (80,6%), têm entre 25 e 49 anos (75,9%) e são brancos (73,9%).

Divisão de tarefas - Cuidados realizados, em %

Já o perfil da mulher que mais trabalha nas atividades da casa é de cônjuge ou companheira de principal responsável pelo domicílio (95,6%), é negra (90,9%), tem de 25 a 49 anos (93,5%) e também tem um emprego (92,2%).

Mulheres ficam atrás quando o tema é produção para consumo próprio: 35% realizam alguma das atividades, enquanto 61,7% dos homens o fazem.

Quem recebe o cuidado? - Por idade do morador que recebeu os cuidados, em %

Quando o assunto é cultivo, pesca, caça ou criação de animais, a diferença é pequena entre os sexos: 79,2% dos homens o fazem, enquanto 76% das mulheres desempenham essas funções. Mulheres atuam mais na fabricação de calçados, móveis e cerâmicas (23,2%), enquanto 12% dos homens atuam na construção de prédio ou cômodo do domicílio.


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