Folha de S. Paulo


Alta do PIB de 0,1% no trimestre fica abaixo do esperado por analistas

O IBGE informou nesta sexta-feira (1º) que o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 0,1% no terceiro trimestre e ficou praticamente estável em relação aos três meses imediatamente anteriores.

Ainda assim, é o terceiro trimestre seguido de resultado positivo. O resultado veio um pouco abaixo do previsto pelos analistas, que esperavam uma alta de 0,3%. No entanto, o IBGE revisou o desempenho do PIB em trimestres anteriores, puxando para cima o resultado da economia no acumulado do ano.

Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, o PIB cresceu 1,4% entre julho e setembro deste ano. Neste ano, até setembro, a expansão é de 0,6%. Antes da divulgação deste resultado, a expectativa dos analistas era de um crescimento do PIB de 0,7% em 2017.

O Codace (Comitê de Datação de Ciclos), grupo de reúne economistas para estudar os ciclos econômicos no Brasil, avalia que a recessão terminou em dezembro de 2016, após 11 trimestres seguidos de queda ""segundo o grupo, a recessão começou no segundo trimestre de 2014.

DÚVIDA

A principal dúvida é sobre a capacidade do país em manter a trajetória de recuperação, em meio a incertezas em relação à dinâmica das contas públicas, o que pode voltar a disparar os juros, o câmbio e a inflação.

A dívida brasileira, hoje equivalente a 74% do PIB, cresce de maneira acelerada, e o governo enfrenta dificuldades para colocar em prática medidas de contenção do aumento das despesas. A principal delas, a reforma da Previdência, enfrenta forte resistência de parlamentares.

CONFIANÇA

Um dos componentes do crescimento sustentável, avaliam economistas, é a confiança do empresário. Segundo a Fundação Getulio Vargas, o índice de confiança do industrial cresce desde julho, retornando aos níveis do início de 2014, pré-recessão.

Na indústria, o crescimento ocorreu devido à produção da indústria de transformação, que responde por mais da metade do peso do setor fabril no PIB. Em relação ao terceiro trimestre do ano anterior, a expansão da indústria foi de 0,4%.

O setor agrícola, que ajudou a puxar para cima o PIB no primeiro trimestre deste ano, reverteu o impacto positivo no terceiro trimestre.

Na comparação do período com o trimestre imediatamente anterior, houve queda de 3% na agropecuária. Na outra ponta, indústria (0,8%) e serviços (0,6%) puxaram o indicador para cima.

A queda da agropecuária já era esperada. Após colheitas recordes de milho e soja no primeiro semestre, começa o período de entressafra. Era esperado, contudo, esse impacto sazonal no PIB do setor. Na comparação do período com igual trimestre no ano passado, agro mantém sua força, com alta de 9,1%.


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