Folha de S. Paulo


Padilha diz que governo discorda de demandas do PSDB na Previdência

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta quarta-feira (29) que "chegaram no limite" as concessões à base aliada na proposta da reforma previdenciária, incluindo as demandas feitas pelo PSDB.

Segundo ele, as mudanças nas regras de aposentadorias já foram bastante reduzidas e não haverá concordância do Palácio do Planalto com nenhuma nova flexibilização.

O PSDB impôs exigências para aprovar a proposta. Ele propôs que o valor do beneficio por incapacidade permanente continue integral e que seja possível o acúmulo de pensão e aposentadoria até o teto do INSS, de R$ 5.531.

"As concessões chegaram no limite e não haverá concordância do governo federal com nenhum tipo de concessão. Não haverá exceção", disse.

O ministro também disse que não aceitará mudanças nas regras de aposentadoria para policiais federais, alterações defendidas pelo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia.

"É compreensível que cada categoria defenda os seus interesses. E é natural que o governo federal tenha limite nas possíveis concessões que possam ser feitas", afirmou.

O ministro lembrou que a reforma previdenciária é uma bandeira histórica do PSDB e que o texto original, menos flexível que o atual, encaixava-se "perfeitamente" na cartilha do partido.

Ele ressaltou que a expectativa do Palácio do Planalto é de que a proposta seja votada ainda neste ano em dois turnos na Câmara dos Deputados.

E acrescentou que não pode ter "ilusões ingênuas" de que os partidos da base aliada fecharão questão em apoio à proposta governamental.

"Se fôssemos propor fechamento de questão sobre esse tema, não seria bem sucedido, porque sabemos que não vai ter 100% e isso criaria constrangimento desnecessário", disse.

O ministro não disse que contar votos neste momento é "prematuro" e que o Palácio do Planalto deverá fazer uma contagem mais próximo da data de votação.

Nos bastidores, o Palácio do Planalto calcula contar hoje com cerca de 250 votos favoráveis à reforma, número aquém dos 308 necessários para aprová-la.

Em encontro com governadores, na semana passada, Temer afirmou que só pretende colocá-la em votação quando tiver uma margem segura de apoio.

A ideia do presidente era votá-la em primeiro turno na Câmara em dezembro, mas até mesmo líderes da base aliada consideram difícil que isso ocorra neste ano.

Na semana passada, após apresentar o novo texto, o relator Arthur Maia (PPS-BA) disse acreditar que, caso a proposta fique para 2018, ela dificilmente será aprovada.


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