Folha de S. Paulo


Mulheres e jovens são foco de ONGs de apoio a empreendedorismo

Mulheres e jovens são os públicos preferenciais de ações de organizações que dão apoio ao microempreendedorismo no Brasil.

Segundo pesquisa realizada com 619 dessas organizações feita pela Aliança Empreendedora (ONG de capacitação) e pelo Bank of America Merrill Lynch, 44% delas são especializadas em atender um público ou tipo de negócio específico.

As mulheres ficam com 20% da atenção, enquanto jovens são o alvo de 19,4%.

O apoio a mulheres vem ganhando força devido ao impacto positivo que ele gera para famílias e comunidades, avalia Lina Maria Jaramillo, diretora e cofundadora da Aliança Empreendedora.

Thiago Fernandes, responsável pela área socioambiental e de governança do Bank of America, acrescenta que, por muitas empreendedoras serem chefes de família e terem disciplina e responsabilidade como características, o trabalho com elas tende a gerar maiores resultados.

Além de mulheres e jovens, as organizações também são especializadas no apoio a projetos que geram impacto social positivo (16,6%), negócios em áreas rurais e florestas (8,7%), empreendimentos de negros (7,3%) e de populações tradicionais ou de etnias indígenas (4,8%).

JOVENS

A opção por por direcionar esforços aos jovens responde a preocupações sobre sua empregabilidade agora e, especialmente, no futuro em que a digitalização mudará o mercado de trabalho.

Isso tornará as habilidades relacionadas ao empreendedorismo ainda mais importantes, diz Jaramillo, da Aliança Empreendedora.

"Estamos migrando para novos modelos de emprego, em que muitas profissões talvez sejam extintas. Se exigirão novas habilidades e não haverá empregos tradicionais para todos", diz Jaramillo.

No Brasil, os jovens já sofrem consideravelmente mais com o desemprego do que outras faixas etárias.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a taxa de desemprego na faixa etária dos 18 aos 24 anos foi de 26,5% no terceiro trimestre deste ano.

Na população em geral, o número cai para menos da metade: 12,4%.

Outro caminho apontado pela pesquisa para que jovens ganhem experiência empreendedora é a participação em empresas juniores, companhias sem fins lucrativos mantidas em faculdades pelos alunos e que atuam oferecendo serviços para pequenas empresas.

Organizações do tipo representam 37% das associações sem fins lucrativos que apoiam microempreendedores (46% das pesquisadas).

Segundo Jaramillo, a atuação dos jovens nesse tipo de empresa os ajuda a ganhar experiência e desenvolver o espírito empreendedor.


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