Folha de S. Paulo


Empresas de Israel se especializam em tecnologia para criar carro do futuro

The New York Times
In an undated handout image, road information and objects are identified by the Mobileye system. A number of devices and services are promising to equip aging vehicles with modern safety features like rearview cameras and driver alert systems. (MobileEye via The New York Times) -- NO SALES; FOR EDITORIAL USE ONLY WITH STORY SLUGGED AUTOS-TECH-SAFETY BY QUAIN. ALL OTHER USE PROHIBITED. --
O sistema criado pela Mobileye que aumenta a segurança no trânsito a partir de inteligência artificial

A primeira empreitada israelense no mercado automotivo não é lembrada com saudades. O país produziu, nos anos 1960 e 1970, a marca Sussita, que, segundo a lenda, servia de comida para camelo no deserto —eles se fartariam com a estrutura feita de fibra de vidro.

A expectativa agora, porém, é outra, e as empresas do país querem se aproveitar da revolução digital que tem embaralhado as cartas do setor.

Em vez de construir carros de ponta a ponta, centenas de start-ups se especializam em tecnologias fundamentais para o carro do futuro (veja quadro).

A principal aposta é que ele será cada vez mais autônomo e trocará o uso de combustível fóssil pela energia elétrica.

Segundo o investidor americano John Medved, sócio da empresa Ourcrowd (plataforma israelense para conectar pela internet investidores, start-ups e grandes empresas), o país conta com cerca de 450 projetos ligados a mobilidade, a maioria delas criada nos últimos três anos.

Start-ups israelenses

São companhias que desenvolvem novos sensores para carros, softwares para garantir a segurança dos veículos conectados, serviços para municípios monitorarem as frotas autoguiadas e dispositivos de rastreamento de maior precisão.

A busca por sucesso tem como maior referência a Mobileye, nascida em 1999 e comprada pela americana Intel por US$ 15 bilhões neste ano.

Ela possui tecnologia para aumentar a segurança no trânsito a partir de câmeras e inteligência artificial.

Os dispositivos da empresa (instalados em 20 milhões de carros) são capazes, por exemplo, de alertar com sons motoristas quando eles estão mudando de faixa sem querer ou se aproximam perigosamente de outro veículo.

Se a companhia nasceu tentando diminuir as distrações dos condutores, seu próximo passo é tirá-los do volante de uma vez por todas.

Ela desenvolve projeto, em parceria com a BMW, para, até 2021, colocar no mercado um carro autônomo.

A alemã não é a única de olho em Israel: Honda e Volks anunciaram planos de desenvolver centros de pesquisa no país, e a GM pretende dobrar de tamanho o seu.

A sul-coreana Samsung e a alemã Daimler, por sua vez, se aliaram à start-up Storedot, desenvolvedora de baterias que podem ser recarregadas em cinco minutos.

De acordo com Erez Lorber, sócio e diretor de operações da companhia, as baterias devem estar no mercado em quatro anos.

Em sua visão, o futuro do automóvel será elétrico, autônomo e sob demanda. Ou seja, em vez de se ter um carro, fará mais sentido chamar um quando preciso.

Dessa forma, os carros ficarão sempre circulando, indo de um passageiro a outro. Isso só será viável, porém, caso se tenha um sistema de carregamento eficiente, que não exija que os automóveis fiquem por oito horas parados para renovar sua energia.

O jornalista viajou a convite do Ministério de Relações Exteriores de Israel


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