Folha de S. Paulo


Criação de cidades em alto-mar deixa de ser tema de ficção científica

NYT

A ideia de construir cidades e morar no mar, que por muito tempo foi tema de ficção científica, amadureceu e deixou de ser fantasia. Empresas, acadêmicos, arquitetos e até um governo estão trabalhando para construir um protótipo até 2020.

O papel central nesse esforço, financiado em parte pela criação e venda de moedas virtuais, cabe ao Seasteading Institute, organização americana sem fins lucrativos.

Fundado em 2008, o instituto passou cerca de uma década tentando convencer o público de que morar no mar não era uma ideia completamente maluca. Mas isso nem sempre foi fácil. Há momentos em que o movimento em favor das cidades marinhas parece decair à paródia.

Mas, com o nível do mar subindo e as ordens políticas estabelecidas oscilando em todo o planeta sob o ataque do populismo, morar em nações independentes e autossuficientes em águas internacionais pode parecer não só prático como muito atraente.

No começo do ano, o governo da Polinésia Francesa fechou acordo com o Seasteading Institute para um teste inicial do conceito.

As obras podem começar em breve, e as primeiras edificações –o núcleo de uma cidade– podem se tornar habitáveis em apenas alguns anos.

"Se fosse possível construir uma cidade flutuante, teríamos essencialmente o equivalente a um país start-up", disse Joe Quirk, presidente do instituto. "Podemos criar uma grande diversidade de governos para uma grande diversidade de pessoas."

O Seasteading Institute surgiu com o investimento inicial do bilionário libertário Peter Thiel, 50, cofundador do PayPal. Em ensaio de 2009, Thiel, que tem uma fortuna de US$ 2,6 bilhões, descreveu a ideia de morar no mar como um projeto difícil, mas que valia o investimento.


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