O fotógrafo de moda Terry Richardson, conhecido pelas fotos provocantes, não poderá mais trabalhar para revistas como Vogue e Vanity Fair, em um novo capítulo da série de escândalos como o que derrubou o produtor de Hollywood Harvey Weinstein.
O jornal britânico "The Telegraph" noticiou que o vice-presidente do grupo Condé Nast International, proprietário das famosas revistas de moda, escreveu aos presidentes do grupo nos países onde atua solicitando que não contratem Richardson.
"Toda sessão de fotos programada ou finalizada, mas que não tenha sido publicada, deverá ser suprimida e substituída por outros conteúdos", escreveu James Woolhouse em um e-mail citado pelo jornal, cujo conteúdo foi confirmado pelo Condé Nast.
O Condé Nast Estados Unidos também assinalou que "o assédio sexual sob todas as suas formas não será tolerado."
Uma representante de Terry Richardson em Nova York disse que o fotógrafo estava "decepcionado com a existência dessa mensagem eletrônica, principalmente porque ele já respondeu a essas velhas histórias."
Richardson é "um artista conhecido por seu trabalho sexualmente explícito, pelo qual a interação profissional com suas modelos são, consequentemente, sexualmente explícitas por natureza, mas todos participaram de maneira consensual", disse a representante.
Nova-iorquino de 52 anos, Richardson trabalha há mais de 20 anos como fotógrafo de moda e é autor de campanhas publicitárias para grandes marcas como Yves Saint Laurent, Marc Jacobs e Tom Ford, assim como vídeos, entre eles o de Miley Cyrus "Wrecking Ball", de conteúdo ultrassexual e polêmico.
O fotógrafo esteve no Brasil em agosto para dirigir "Vai, Malandra", novo clipe da cantora Anitta,
A decisão do Condé Nast foi anunciada depois que o "Sunday Times" britânico publicou no domingo (22) um artigo chamando Richardson de o "Weinstein da moda", recordando que há anos modelos se queixam de seu comportamento.
Na semana passada, a modelo Cameron Russell convidou suas colegas a dividir experiências de agressão sexual em sua conta no Instagram, recolhendo mais de 100 depoimentos, alguns dos quais, embora os nomes tenham sido apagados, refletiriam o comportamento do fotógrafo.