Folha de S. Paulo


Bolsa recua pelo 2º dia com feriado nos EUA; dólar sobe para R$ 3,18

Paulo Whitaker/Reuters
Bolsa brasileira fechou abaixo de 76 mil pontos em dia de realização de lucros
Bolsa brasileira fechou abaixo de 76 mil pontos em dia de realização de lucros

A Bolsa brasileira fechou em baixa nesta segunda (9), em movimento de realização de lucros e em dia de feriado nos Estados Unidos, o que contribuiu para reduzir a liquidez nos mercados globais. O dólar se valorizou em relação ao real, também como reflexo da movimentação financeira menor.

O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, recuou 0,43%, para 75.726 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 6,8 bilhões, abaixo da média diária do ano, de R$ 8,3 bilhões.

O dólar comercial subiu 0,85%, para R$ 3,187. O dólar à vista teve alta de 0,83%, também a R$ 3,187.

A queda da Bolsa brasileira, a segunda seguida, ocorreu por movimento técnico de realização de lucros, após altas na semana passada, afirma Pedro Galdi, analista-chefe da Magliano Corretora. Mas também espelhou a falta de liquidez por causa do feriado de Dia de Colombo nos Estados Unidos e a agenda de notícias fraca no cenário local.

"Na falta de notícias, o pessoal acaba focando também em eleições. Tem todo esse cenário de o [prefeito de São Paulo, João] Dória brigando dentro do PSDB, não se sabe se para forçar uma saída. O mercado se apega a isso e vê que está muito complicado operar", afirma.

Além do feriado nos EUA, aqui a Bolsa fica fechada na quinta-feira (12), feriado de Nossa Senhora Aparecida. Fora isso, os investidores acompanham a divulgação da ata da última reunião do Fed (banco central americano), na próxima quarta (11).

AÇÕES

Das 59 ações do Ibovespa, 34 caíram, 20 subiram e cinco fecharam estáveis.

A maior queda foi registrada pelas ações da Marfrig, com desvalorização de 4,63%. Os papéis da CSN perderam 3,41%, enquanto a Usiminas teve baixa de 1,82%.

Na ponta contrária, as ações da Rumo se valorizaram 2,80%. A segunda maior alta ficou com a Fibria, que teve ganho de 2,51%.

As ações da mineradora Vale caíram, apesar da alta de 0,69% dos preços do minério de ferro. As ações ordinárias se desvalorizaram 1,99%, para R$ 31,50. As ações preferenciais perderam 2,33%, para R$ 28,95.

As ações da Petrobras fecharam em alta, acompanhando a valorização dos preços do petróleo no exterior. Os papéis preferenciais da estatal subiram 1,27%, para R$ 15,89. As ações ordinárias se valorizaram 0,67%, para R$ 16,48.

No setor financeiro, os papéis do Itaú Unibanco recuaram 1,19%. As ações preferenciais do Bradesco caíram 0,06%, e as ordinárias subiram 0,11%. O Banco do Brasil teve baixa de 1,11%, e as units –conjunto de ações– do Santander Brasil avançaram 1,32%.

DÓLAR

O dólar perdeu força ante 17 das 31 principais moedas do mundo, mas também pelo cenário de liquidez reduzida.

"Sem parâmetro, o mercado acaba ficando mais preocupado e precificando um pouco mais forte", afirma Reginaldo Galhardo, gerente da Treviso Corretora. Aqui, a maior parte da precificação continua sendo puxada pelas incertezas políticas, ressalta.

"Os investidores não vão fazer nada enquanto não houver sinais claros de que estamos livres de podres tanto do lado político quanto do governo", complementa.

O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) subiu pelo segundo dia. A alta foi de 0,43%, para 186,5 pontos.

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam com sinais mistos. O DI para janeiro de 2018 recuou de 7,440% para 7,435%. A taxa para janeiro de 2019 teve alta de 7,350% para 7,360%.


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