Folha de S. Paulo


Siderúrgicas e Vale pressionam e Bolsa acumula sexta baixa; dólar cai 0,3%

Fernanda Carvalho/Fotos Públicas
Bolsa brasileira chegou à sexta baixa seguida, mas ainda sobe no mês
Bolsa brasileira chegou à sexta baixa seguida, mas ainda sobe no mês

Em sessão de intenso vaivém, a Bolsa brasileira fechou no vermelho pelo sexto pregão seguido, sob peso de ações de siderúrgicas e da Vale. No mercado cambial, o dólar interrompeu a série de três valorizações e caiu para R$ 3,18 nesta quinta (28).

O Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas, recuou 0,31%, para 73.567 pontos. O volume financeiro foi de R$ 8,6 bilhões, em linha com a média diária do ano (R$ 8,3 bilhões).

O dólar comercial teve recuo de 0,34%, para R$ 3,183. O dólar à vista caiu 0,07%, para R$ 3,182.

A sexta queda do mercado acionário ocorreu após um pregão em que o mercado demorou para definir uma direção. "A Bolsa rompeu máxima, perdeu a mínima,e terminou numa discreta baixa. Houve muita indecisão, mas já começa a ter uma briga para impedir que a Bolsa caia na velocidade que vinha caindo nos últimos dias", afirma Alexandre Wolwacz, sócio-fundador do Grupo L&S.

Apesar das seis quedas, a Bolsa caminha para o quarto mês de valorização, após bater recordes durante setembro.

Nesta quinta, a desvalorização do minério de ferro e do aço afetou as ações de siderúrgicas. A queda deriva da preocupação com a demanda da China pelas commodities.

Os papéis da mineradora Vale acompanharam o mercado externo e caíram. As ações ordinárias recuaram 0,56%, para R$ 31,75. As ações preferenciai se desvalorizaram 1,01%, para R$ 29,26.

As ações da Usiminas lideraram as baixas do Ibovespa, com queda de 4,77%. Os papéis da Gerdau recuaram 2,69%, e a CSN caiu 2,05%.

No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco caíram 0,53%. Os papéis preferenciais do Bradesco caíram 1,26%, e os ordinários tiveram queda de 1,35%. As ações do Banco do Brasil se desvalorizaram 0,83%. As units -conjunto de ações- do Santander Brasil tiveram baixa de 1,09%.

LEILÕES

As ações da Petrobras subiram, ainda sob impacto favorável do leilão de blocos de petróleo na quarta-feira e também depois que o conselho de administração da estatal autorizar o registro da BR Distribuidora na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o pedido de adesão ao Novo Mercado, segmento de regras de governança mais rígida da Bolsa.

As ações preferenciais da estatal subiram 0,20%, para R$ 15,34. Os papéis ordinários se valorizaram 0,19%, para R$ 15,91.

As ações da Cemig subiram 1,64%, um dia após a empresa ter ficado de fora dos leilões de hidrelétricas.

Os papéis ordinários da Eletrobras caíram 1,76%, e os preferenciais se desvalorizaram 1,74%.

"O setor elétrico foi muito castigado nos últimos dias, especialmente por indecisões do governo. Há uma política errática, o governo não decide se vai fazer horário de verão e qual o modelo de politica de energia no país. Então o investidor acaba se afastando do setor", avalia Wolwacz, do Grupo L&S.

CÂMBIO

O enfraquecimento do dólar ocorreu entre 27 das 31 principais moedas do mundo.

Os investidores avaliaram os dados econômicos dos Estados Unidos, que divulgaram crescimento de 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre do ano. A alta no último trimestre foi a mais rápida desde o primeiro trimestre de 2015 e seguiu-se a um ritmo de 1,2% no período de janeiro a março.

Nesta sexta, o mercado cambial deve ter mais oscilação, por ser formação da taxa ptax, que referencia os contratos cambiais.

Nesta quinta, o Banco Central vendeu a oferta de 12 mil contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), para rolar os contratos que vencem em outubro. Até agora, já foram rolados US$ 6 bilhões dos US$ 9,975 bilhões que vencem no mês que vem.

Em novembro e dezembro não há vencimentos de contratos de swap, somente em janeiro (US$ 9,137 bilhões).

O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) recuou 1,82%, para 199,8 pontos.

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam em baixa. O DI para janeiro de 2018 recuou de 7,530% para 7,525%. A taxa para janeiro de 2019 teve queda de 7,320% para 7,300%.


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