Folha de S. Paulo


Após cobrança, cresce número de passageiros que não despacham mala

Avener Prado/Folhapress
SÃO PAULO, SP, 20.07.2016: AEROPORTO-SP - Passageiros na fila de embarque no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, após entrada em vigor das novas regras da ANAC de inspeção de bagagem de mão. (Foto: Avener Prado/Folhapress)
Movimentação no Aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo (SP)

O brasileiro está despachando menos malas quando viaja de avião.

A conclusão foi divulgada pela Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) nesta quinta-feira (21) no primeiro diagnóstico apresentado pelas companhias aéreas desde que começou a valer a medida da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) que permite separar do valor da passagem o custo para o despacho de bagagem.

A entidade também concluiu que a tarifa média teve quedas de 7% a 30% entre junho -quando a nova medida começou a ser praticada- e o início de setembro.

O tamanho da queda de preços varia de acordo com as rotas viajadas e com as empresas.

No entanto, os dados precisam ser olhados com cautela, porque não é possível afirmar com precisão qual parte da redução nos preços se deve especificamente à mudança na política de bagagem ou à recessão.

A queda de preços já havia aparecido no relatório de tarifas divulgado nesta terça-feira (19) pela Anac -e ela é anterior à implementação da medida. No primeiro semestre deste ano, a tarifa aérea média doméstica real ficou em R$ 323,62, valor 2,6% menor do que o registrado no mesmo período de 2016, em valores atualizados pelo IPCA a junho de 2017.

O IPCA mostra que os preços das passagens já vinham caindo desde 2015, quando a crise se aprofundou e atingiu a demanda por viagens.

Em sua apresentação dos primeiros resultados da desregulamentação da franquia de bagagem, a Abear mostra cautela com as palavras, usando expressões como "sinaliza" e "tendência" para comunicar a queda de preços observada.

Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, afirma que há outros fatores que impactam o preço das passagens, como câmbio e combustível.

A Azul mostra redução de 38,4% no preço do trecho Brasília-Recife entre julho do ano passado e julho deste ano na tarifa que ela já cobrava mais barato. Na Latam, a tarifa piso no mesmo trecho apresentou queda semelhante (33%).

Na Gol, a maior baixa de preços aconteceu no trecho Galeão-Salvador (-30,4%).

SEM MALA

A Gol foi a única empresa que informou qual foi exatamente a variação na quantidade de viajantes que não despacharam mala desde que a nova política foi implementada. A empresa registrou um aumento de 50% no período após as mudanças.

Latam e Azul informam que o número subiu, mas não especificam o tamanho da variação. Atualmente, a parcela dos passageiros que viajam só com bagagem de mão é de 63% na Latam, 60% na Azul e 65% na Gol.

A Avianca Brasil é a única dentre as grandes que ainda não havia aderido à medida, mas a partir de segunda (25) vai começar a ofertar uma opção de passagem sem custo de despacho de bagagem.

A Abear também divulgou nesta quinta o resultados do setor para o mês de agosto, com melhora em todos os principais indicadores. A demanda subiu 5,51% para uma oferta que também avançou 3,65%. A demanda completa seis meses de alta.


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