Folha de S. Paulo


Assembleia da JBS seguirá suspensa até arbitragem privada, decide juiz

Leonardo Benassatto/Reuters
Empresário Joesley Batista na sede da Polícia Federal, em São Paulo
Empresário Joesley Batista na sede da Polícia Federal, em São Paulo

O BNDES, sócio minoritário da JBS com 21% de participação, sofreu um revés em sua briga judicial contra os irmãos Joesley e Wesley Batista.

Nesta sexta-feira (15), o desembargador Peixoto Junior decidiu que a assembleia de acionistas da empresa continuará suspensa até a realização de um arbitragem privada.

"Não há controvérsia sobre a existência de compromisso arbitral firmado pelas partes para a decisão de conflitos", escreveu o desembargador.

BNDES e Caixa Econômica Federal haviam recorrido à segunda instância do Judiciário para obrigar a JBS a realizar uma assembleia geral de acionistas neste sábado (16).

No dia 1º de setembro, a reunião foi suspensa no último momento graças a uma liminar judicial obtida pelos Batista. A assembleia havia sido solicitada pelo BNDES.

O banco estatal quer que os acionistas da JBS decidam se a companhia deve processar seus administradores por possíveis prejuízos causados pelos crimes revelados na delação premiada dos irmãos.

Se o processo for instaurado, a lei das sociedades anônimas determina que Wesley Batista, diretor presidente, seja afastado. O empresário está preso preventivamente pela Polícia Federal, mas ainda mantém o cargo.

O BNDES e os Batista não conseguem chegar a um acordo sobre se existe conflito de interesse que impeça a FB Participações, que congrega os negócios da família e detém 41% da JBS, de votar na assembleia.

O assunto agora deve ser resolvido em arbitragem privada, que não tem prazo para acabar. A JBS instalou a arbitragem na última segunda-feira (11). Procurado, o BNDES não comentou.


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