Folha de S. Paulo


Brasil lidera número de smartphones conectados na América Latina

Danilo Verpa/Folhapress
SAO PAULO - SP - 14.10.2013 - Pessoas utilizam telefone celular na avenida Paulista. Moda nos EUA, o
São 234,6 milhões de conexões sem fio no Brasil no terceiro trimestre, 35% usando tecnologia 4G

Um relatório da GSMA —entidade que representa operadoras móveis do mundo todo— aponta o Brasil como o país com mais smartphones conectados à internet na América Latina. São 234,6 milhões de conexões sem fio no país no terceiro trimestre do ano, sendo 73% a partir destes aparelhos, 35% usando tecnologia 4G.

Publicado no primeiro dia da edição americana da Mobile World Congress, em San Francisco, o estudo indica que Brasil e Argentina lideraram a taxa de adoção do 4G na região. A Argentina tem 24% das conexões nesta banda, mesma média da América Latina.

O México figura em segundo lugar no número de usuários de smartphones, com 108,6 milhões de conexões móveis, sendo 63% via smartphones.

A base da lista expõe alguns desafios de estrutura da tecnologia na região. Países da América Central, como Haiti, El Salvador e Honduras, têm a taxa de conexões via smartphone menores que 35%.

Dando os primeiros passos na internet pública, graças a abertura política dos últimos anos, Cuba adotou o 3G ainda neste ano (no Brasil, o 3G está ativo desde 2004). Com uma das infraestruturas mais atrasadas da região, o Haiti também não conta com 4G.

PELO MUNDO

Outro relatório da GSMA também apresentado durante o evento estima que 4 bilhões de pessoas estão conectadas à internet sem fio ao redor do mundo.

O desafio lançado no evento é conectar o próximo bilhão. O relatório pondera que o último bilhão levou cerca de quatro anos para ser conectado, mas o próximo deve levar ainda mais tempo.

Cerca de 3,7 bilhões de pessoas não tem acesso à internet móvel no mundo. 42% deles vivem em regiões da Índia e África Subsaariana, onde 60% da população não têm nenhum tipo de acesso à rede.

Locais inóspitos e regiões rurais são um desafio, mas somente um terço destes não-conectados vivem fora da área de abrangência do sinal de internet móvel. O estudo sugere que as causas sejam, não de alcance, mas sociais, educacionais e até de gênero.

O FUTURO DA REDE

"Se o 4G mudou nossas vidas, o 5G vai mudar a sociedade", disse o presidente da GSMA, Mats Granyard, na abertura do fórum em San Francisco.

Alardeado como o futuro da internet móvel, a nova banda de sinal promete ser até cem vezes mais rápida que o 4G e possibilitar a adoção de coisas conectadas à internet, como carros e aviões autônomos e é um dos grandes temas do encontro.

Segundo ele, os Estados Unidos deverá liderar essa nova revolução, disputada também por Europa, Coreia do Sul e Japão. Ele projeta que 50% das conexões mobile estadunidenses sejam em 5G em 2025, contra 30% esperado para a Europa na mesma data.

Também presente na abertura do evento, o empresário Carlos Slim Domit, presidente da América Móvil —grupo que inclui as operadoras Claro, Telmex e Telcel–, disse que um novo mercado exige novas regras. "Precisamos preparar as estruturas e isso passa por discutir novas regulamentações. A revolução na tecnologia anda lado a lado com marcos regulatórios".

A afirmação faz coro ao discurso da indústria mobile, reunida no evento, que pressiona governos a acelerarem as leis relativas à rede e ao uso do espectro para ganhar vantagem competitiva na implementação do 5G.

O jornalista viajou a convite da GSMA


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