Folha de S. Paulo


Após três dias de alta, investidores embolsam lucro e Bolsa recua 0,08%

Paulo Whitaker/Reuters
Painel na BM&FBovespa: ações da Eletrobras disparam com proposta de privatização
Painel na Bovespa: semana positiva no campo político teve impacto nos indicadores de mercado

Após três sessões seguidas de alta da Bolsa brasileira, os investidores aproveitaram a sexta-feira (25) para embolsar os lucros. Com isso, o índice Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas no mercado brasileiro, caiu 0,08%, para 71.073 pontos.

A sessão foi marcada por poucas oscilações, com o índice subindo 0,52% na máxima do dia e recuando 0,47% na mínima.

Na semana, o indicador acumula avanço de 3,43%. Foi a quinta semana seguida de valorização do índice.

O dólar comercial teve alta de 0,28%, para R$ 3,156. Na semana, a valorização é de 0,29%. O dólar à vista subiu 0,24%, para R$ 3,142. Na semana, acumulou queda de 0,27%.

O bom desempenho do mercado financeiro nesta semana é reflexo dos anúncios de concessões feitos pelo governo e a aprovação da nova taxa de juros do BNDES, pelo plenário da Câmara dos Deputados, que na semana que vem vai votar os destaques. Depois o texto segue para o Senado.

"Essa foi uma semana muito positiva para a Bovespa e a queda desta sexta foi apenas um ajuste, algo que já era esperado pelo mercado", considera o analista de investimentos da Magliano Corretora, Pedro Galdi.

Mais uma vez a Bolsa brasileira operou descolada dos indicadores americanos. Os mercados acionários dos EUA fecharam em alta nesta sexta, após o discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, e do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, na reunião dos presidentes de bancos centrais em Jackson Hole.

"Durante toda essa semana a Bolsa brasileira operou descolada dos índices dos EUA. Ontem, por exemplo, as Bolsas lá caíram e aqui subiu. Hoje elas estão subindo nos EUA e aqui caindo", comenta o analista de investimentos da Spinelli, Samuel Torres.

O operador da mesa institucional da Renascença, Luiz Roberto Monteiro, considera que as notícias positivas do mercado interno levaram ao bom desempenho da Bolsa nesta semana.

"Nesta sexta, o mercado operou com grande volatilidade, mas tivemos um mercado externo positivo, com bons resultados em minério de ferro e petróleo, que contribuiu para que a semana fechasse de forma positiva", afirma Monteiro.

A próxima semana, dizem os especialistas, será muito importante para mostrar a força do governo Michel Temer. Está previsto para ser votado na próxima semana os três destaques da medida provisória cria uma nova referência para os empréstimos do banco oficial, a TLP (Taxa de Longo Prazo).

"Muitas coisas importantes estão para acontecer na próxima semana. Além da TLP, o governo tem que definir qual será o modelo para a concessão da Eletrobras, se vai fatiar ou não", lembra Galdi.

Dados do PIB (Produto Interno Bruto), que serão divulgados na semana que vem, também é outro item na agenda que terá impacto nos mercados.

AÇÕES

As ações da JBS lideraram as altas do Ibovespa, com ganho ganho de 5,34%. O acordo de leniência da holding J&F, controladora da JBS, confirmado pelo Ministério Público, que reduz incertezas sobre a empresa, e a intenção do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) de tirar Wesley Batista do comando da companhia contribuíram para a valorização dos papéis.

Na ponta contrária, as ações da Natura se desvalorizaram 3%.

Influenciada pela alta nos preços do petróleo, os papéis da Petrobras também avançaram nesta sexta. As ações preferenciais fecharam em alta de 0,58%, para R$ 13,88. As ordinárias, com direito a voto, subiram 0,56%, para R$ 14,48.

As ações da Eletrobras, que chegaram a valorizar quase 50% nesta semana depois do anúncio da privatização da estatal mineira, também fecharam em alta nesta sexta.

Os papéis ordinários tiveram alta de 0,76%, para R$ 19,76. Na semana, eles acumulam valorização de 43,81%. As ações preferenciais subiram, nesta sexta, 1,02%, para R$ 21,89. Na semana, avançaram 26,02%.

As ações preferenciais da Vale caíram 0,13% nesta sexta. As ordinárias se desvalorizaram 0,15%. Ainda no campo negativo, as ações do Itaú tiveram queda de 0,29%; as do Banco do Brasil recuaram 0,37%; e as as units —conjunto de ações— do Santander Brasil, -0,18%.

No Bradesco, os papéis preferenciais avançaram 0,09% e os ordinários, 0,55%.


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