Folha de S. Paulo


Petrobras afasta diretor de governança advertido por conflito de interesses

O conselho de administração da Petrobras suspendeu o diretor de governança, João Elek, para sua defesa em processo que investiga conflito de interesse na contratação sem licitação da consultoria Deloitte, onde sua filha trabalha.

A decisão foi tomada após recomendação, pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP), de advertência ao executivo. Elek ficará suspenso até que seu recurso contra a penalidade seja julgado.

A Petrobras diz que a filha de Elek participava de processo seletivo na Deloitte quando o contrato com a consultoria foi assinado, em dezembro de 2015 —ela foi contratada em março de 2016.

Diz ainda que a contratação sem licitação recebeu pareceres favoráveis da auditoria interna e do departamento jurídico e se justifica "diante dos riscos que poderiam ser gerados para a companhia, como atrasos e interrupções dos trabalhos".

O contrato prevê a prestação de serviços de investigações de denúncias recebidas pelo Canal Denúncia da Petrobras —meio pelo qual foi feita a denúncia de conflito de interesses contra o diretor.

Para a CEP, Elek não deveria ter participado do processo de contratação, "uma vez que sua filha já participava à época de processo para ser contratada por essa empresa, sendo inclusive àquela altura já considerada apta para ser admitida".

O conselho de administração da estatal criou também uma comissão para analisar o caso e concluiu que Elek não cometeu infrações, mas decidiu afastá-lo até que seu recurso à CEP seja julgado.

A diretoria de governança tem entre suas atribuições definir procedimentos e fiscalizar a atuação dos empregados da companhia. Foi criada no final de 2014, após o início da Operação Lava Jato.


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