Folha de S. Paulo


Leilões do pré-sal vão oferecer reservas de 2,5 bilhões barris

Leo Pinheiro - 21.abr.2006/Valor/Folhapress
Campo petrolífero de Albacora Leste, na Bacia de Campos no Rio de Janeiro
Campo petrolífero de Albacora Leste, na Bacia de Campos no Rio de Janeiro

Os dois leilões do pré-sal que serão realizados em 2017 vão oferecer pelo menos 2,5 bilhões de barris em reservas.

O valor é uma estimativa conservadora: considera que apenas 20% dos 12,3 bilhões de barris identificados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) nas áreas podem ser recuperados.

Normalmente, a média de recuperação de reservas no Brasil oscila entre 20% e 30%. O volume pode subir com o uso de técnicas de recuperação ou com novas tecnologias.

As projeções para o leilão foram apresentados pela agência na manhã desta quinta-feira (17), em seminário técnico sobre as duas rodadas do pré-sal agendadas para o dia 27 de outubro.

Serão oferecidas oito áreas, que podem render ao governo R$ 7,7 bilhões, caso todas sejam arrematadas.

Quatro delas são pedaços de reservas já conhecidas que se estendem para fora de áreas concedidas em leilões anteriores: Carcará, Gato do Mato, Sapinhoá e Tartaruga Verde.

As outras quatro são áreas novas: Peroba, Pau Brasil, Alto de Cabo Frio Central e Alto de Cabo Frio Oeste.

A ANP não fez projeções apenas para as duas últimas, por estarem em uma região com pouca exploração no pré-sal —as áreas ficam ao norte da Bacia de Santos, em frente à Região dos Lagos, no Rio.

Peroba e Pau Brasil são as duas maiores, com 5,3 bilhões e 4,1 bilhões de barris no reservatório. Considerando um fator de recuperação de 20%, teriam cerca de 1 bilhão e 800 milhões de barris de reservas comprovadas, respectivamente.

A Petrobras decidiu exercer o direito de preferência sobre três áreas: Sapinhoá, Peroba e Alto de Cabo Frio Central. Isso significa que a estatal pode optar por ser operadora e ter uma participação de 30% no consórcio vencedor.

No leilão de Sapinhoá, o governo vai oferecer uma área equivalente a 3,7% da jazida, que está fora da área de concessão hoje já em operação.

A Petrobras é operadora do campo, que é o segundo maior produtor de petróleo do Brasil.


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