Folha de S. Paulo


Braskem aumenta lucro e planeja mudanças de governança

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Fernando Musa, CEO da Braskem
Fernando Musa, CEO da Braskem

O presidente da Braskem, Fernando Musa, ressaltou avanços na governança e a negociação das controladoras Petrobras e Odebrecht para a revisão da sociedade, durante conferência de apresentação de resultados do segundo trimestre da companhia nesta quarta (16)

A empresa registrou um lucro líquido de R$ 1,1 bilhão, ante R$ 275 milhões em igual período do ano passado.

No fim de julho, a Petrobras informou ter iniciado conversas com a Odebrecht para rever o acordo de acionistas da Braskem, iniciativa importante para que a estatal possa oferecer sua participação ao mercado.

"Esse diálogo tem como objetivo identificar oportunidades para maior criação e captura de valor para todos os acionistas da Braskem por meio da melhoria no processo de discussão entre os dois com relação à governança corporativa da companhia. Este é um processo que acontece entre Petrobras e Odebrecht. A Braskem é signatária do acordo de acionistas como parte interveniente e objeto do acordo, mas o diálogo está acontecendo entre Petrobras e Odebrecht. E, no momento adequado, seremos chamados à discussão muito mais para conhecer o que vai ser ajustado entre eles para podermos assinar como interveniente no acordo", disse Musa.

O acordo antigo é de 2010 e garantia à Petrobras o direito de indicar executivos e vetar investimentos, mas não permite a transferência destes direitos a um eventual comprador da fatia da estatal.

NOVA MARCA

Musa também destacou o lançamento, anunciado nesta quarta, de uma nova logomarca, eliminando semelhanças visuais com a holding Odebrecht, que ficou estigmatizada após os escândalos de corrupção na Lava Jato.

Também no fim do mês passado, a petroquímica recebeu três novos conselheiros independentes. "São pessoas que vão agregar ao nosso processo de discussão e análise de tudo o que a Braskem faz. E temos hoje, dos 11 conselheiros da Braskem, 7 independentes, o que nos coloca numa posição bastante destacada em relação ao mercado", disse.

O presidente da petroquímica também falou sobre comentários que a auditoria KPMG deixou nos balanços da companhia de 2016 e dos dois primeiros trimestres deste ano em relação a eventuais futuros desdobramentos ligados à Operação Lava Jato, além de ação coletiva movida por investidores estrangeiros.

"Na minha ótica, os auditores estão relembrando a todos os investidores um fato ocorrido que tem muita relevância e já foi discutido pela companhia várias vezes de forma bastante clara e transparente. Não há nenhuma expectativa de novas finalidades com relação à Lava Jato."

Gostaria de reforçar que o nosso acordo trata da relação da Braskem com as autoridades, mas nós não podemos excluir a possibilidade de que algum terceiro venha a tomar qualquer tipo de ação em relação a esses eventos com a Braskem. Nós não temos expectativa de nada material nesse tema mas o acordo está cotado na relação da Braskem com as autoridades", disse.

Sobre os fatos ocorridos no segundo trimestre, Musa destacou também a aprovação formal pelo conselho de um grande investimento industrial nos Estados Unidos.

"Isso nos permite passar para a próxima fase de detalhamento de engenharia e início do processo de construção da planta. Estamos falando da construção da sexta unidade industrial de polipropileno nos Estados Unidos, investimento previsto para acontecer nos próximos três anos com a partida programada para o primeiro trimestre de 2020. Isso vai agregar 450 mil toneladas de capacidade de polipropileno, planta que será a maior das Américas e um projeto com muita sinergia com a operação já existente nos Estados Unidos pelo fato de já sermos o líder de mercado e estarmos trazendo uma capacidade adicional para atender a demanda que está vindo de nossos clientes no mercado norte-americano."


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