Folha de S. Paulo


Justiça suspende licitação do BNDES para privatização da Cedae

André Telles
Governador Luiz Fernando Pezão (dir.) assina acordo com presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro
Governador Luiz Fernando Pezão (dir.) assina acordo com presidente do BNDES, Rabello de Castro

A Justiça Federal do Rio suspendeu a licitação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a escolha da empresa que desenvolverá o modelo para a privatização da Cedae, a companhia de água e esgoto do Estado.

O banco havia marcado para a manhã da próxima segunda-feira (11) a análise das propostas de empresas interessadas na concorrência. Caberá a vencedora fazer uma análise das ações da Cedae e desenvolver modelo para a venda da empresa para a iniciativa privada.

A venda faz parte do plano de recuperação fiscal do Rio. O Estado se comprometeu a vender a companhia em troca do direito de tomar empréstimo de R$ 3,5 bilhões para pagar sua folha salarial.

A Justiça Federal suspendeu a concorrência por meio de decisão liminar (provisória). O juiz da 8ª Vara Federal, Cesar Pessanha de Souza, acatou pedido da APS (Associação dos Profissionais em Saneamento).

O magistrado entendeu que o modelo de pregão eletrônico não seria o mais indicado para a contratação do serviço, estimado em R$ 27,2 milhões. Três empresas se habilitaram para a disputa.

Procurado, o banco disse que foi notificado e "tomará as medidas necessárias para reverter a decisão".

HISTÓRICO

O presidente Michel Temer autorizou, em julho, o BNDES a comprar ações da Cedae para socorrer o caixa do governo fluminense, que enfrenta uma grave crise financeira há mais de um ano.

A operação prevê que o banco, via seu braço de investimentos BNDESPar, compre ações da Cedae e, nos próximos meses, finalize a privatização da companhia. A compra de ações funcionaria como uma antecipação de recursos para o Rio, que deverão ser usados para o pagamento de salários de servidores e de fornecedores.


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